Antissemitismo no Brasil cresce mais de dez vezes após ataque do Hamas

Ester de Oliveira Barbosa Por Ester de Oliveira Barbosa
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O antissemitismo no Brasil está vivenciando um aumento dramático, que supera incríveis 1000%, desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro e o subsequente conflito na Faixa de Gaza, como revela um relatório da Confederação Israelita do Brasil (Conib) obtido pela CNN.

No mês passado, a organização registrou 467 casos de mensagens ofensivas dirigidas ao povo judeu em redes sociais e eventos públicos, em contraste com os 44 casos no mesmo período em 2022.

Trabalho judicial realizado pela Confederação Israelita no Brasil

Todas as postagens são classificadas por advogados ligados à Conib como crimes de preconceito, que são delitos inafiançáveis e imprescritíveis, ou seja, não estão sujeitos a prazo legal para que os autores sejam responsabilizados pela Justiça.


Disseminação de ódio e preconceito nas redes sociais (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)


O aumento nas denúncias é notável, com uma média de 15 denúncias por dia em outubro, em comparação com menos de dois casos diários no ano anterior. Isso resultou em notícias-crime sendo apresentadas aos Ministérios Públicos Federal e Estaduais, além de delegacias especializadas em crimes raciais e de intolerância em todo o Brasil.

Mais de 40 advogados estão envolvidos na redação e apresentação dessas notícias-crime, após a identificação do que pode ser considerado como crime de preconceito. 

A diretora da Conib, Andrea Vainer, enfatiza que muitos desses conteúdos não se enquadram em críticas legítimas a um governo ou a campanhas militares, mas sim em ataques preconceituosos e generalizados à comunidade judaica, incluindo comparações ao nazismo e a Adolf Hitler.

Consequências da guerra e ações voluntárias

O crescimento do antissemitismo tem sido observado em vários países ao redor do mundo, refletindo uma tendência global de aumento de discursos de ódio e intolerância contra judeus. Isso ocorreu em paralelo com os conflitos em andamento no Oriente Médio, que desencadearam uma onda de preconceito e mensagens ofensivas em várias partes do mundo.

No Brasil, a comunidade judaica tem tomado medidas proativas para combater o antissemitismo. Integrantes da comunidade têm compilado casos de discursos de ódio e intolerância contra judeus para embasar as denúncias jurídicas. 

Além disso, voluntários monitoram redes sociais e outros conteúdos públicos em busca de manifestações antissemitas, como pichações e vandalismo. Essas ações são respaldadas pela legislação que pune crimes de racismo que foi endurecida no início deste ano. 

O antissemitismo é um fenômeno global que exige a atenção das autoridades e da sociedade civil, e o Brasil não está imune a esse problema. Diversos outros países têm observado o crescimento no número de ataques antissemitas. Na França, muros foram pichados com a estrela de Davi, que está presente na bandeira de Israel e representa o povo judeu. Em Nova Iorque, a governadora anunciou medidas que foram implementadas para proteger estudantes universitários judeus.


Ataques antissemitas no mundo (Vídeo: reprodução/YouTube/@euronewspt)


De acordo com a Conib, medidas rigorosas e conscientização são essenciais para combater esse tipo de preconceito e garantir que todos os cidadãos possam viver em um ambiente livre de ódio e intolerância.

Foto destaque: Bandeira de Israel (Reprodução/Reuters/Lisi Niesner)

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