Brasil registra aumento alarmante de feminicídios em 2023

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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O Brasil enfrenta um preocupante aumento nos casos de feminicídio, revela um levantamento exclusivo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com base em dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública, no período de janeiro a junho deste ano. Os números apontam para 722 casos, representando um aumento de 2,6% em comparação com o mesmo período de 2022 e marcando o maior índice da série histórica da entidade desde 2019.

O Sudeste se destaca negativamente, apresentando um aumento expressivo de 16,2% nos casos de feminicídio. Esta é a única região do país a testemunhar um aumento nesse crime durante o primeiro semestre de 2023. Em contrapartida, as demais regiões experimentaram reduções: Nordeste (-5,6%), Norte (-2,8%), Sul (-0,7%) e Centro-Oeste (-7,6%).

Resposta das autoridades


Com o grande aumento nos feminicídios, Samira Bueno, diretora-executiva do FBSP, demonstra enorme preocupação. (Fotografia: Reprodução/Exame/Guia do Cidadão)


A diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, expressa preocupação com o cenário no Sudeste, destacando o significativo crescimento em São Paulo, que registrou um aumento de 33,7% nos casos de feminicídio. Bueno atribui parte desse aumento à precarização da rede de acolhimento e ao desmantelamento de serviços essenciais de apoio às vítimas.

Além de São Paulo, outros estados do Sudeste contribuíram para a elevação dos índices nacionais. O Espírito Santo apresentou alta de 20% nos casos, enquanto Minas Gerais registrou um aumento de 11%. No entanto, o Rio de Janeiro experimentou uma queda nesse comparativo.

O Distrito Federal liderou proporcionalmente as altas de feminicídios no primeiro semestre de 2023, com um impressionante aumento de 250%, passando de 6 para 21 casos. Em contraponto, Mato Grosso do Sul registrou a menor queda percentual, com uma redução de 61,5%, indo de 26 para 10 casos.

Um problema nacional

No âmbito nacional, 14 das 27 Unidades da Federação apresentaram aumento nos casos de feminicídio, enquanto 12 tiveram redução. A Paraíba foi a única a registrar estabilidade, com 17 casos nos dois períodos analisados.

A diretora-executiva do FBSP, Samira Bueno, destaca a necessidade de efetivar as mudanças normativas da Lei Maria da Penha, aprovadas nos últimos anos, como um desafio crucial para reduzir o número alarmante de feminicídios no país. A urgência em fortalecer a rede de apoio às vítimas e aprimorar a articulação entre Municípios e Estados também é ressaltada como medida essencial para reverter essa preocupante tendência.

 

 

Foto destaque: Números de feminicídio crescem vertiginosamente nos últimos 4 anos. (Reprodução/Freepik)

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