Os profissionais da Saúde estão sobrecarregados desde o início da pandemia. Com a explosão de casos da nova variante Ômicron e da Influenza, as unidades de saúde e prontos-socorros estão superlotados. Os profissionais, além de sobrecarregados, precisam lidar com uma nova situação, o estresse e descontrole da população, que alega não suportar mais tantos descasos. Estas situações tem causado grandes transtornos, pois agressões e brigas estão se tornando comuns nas unidades de saúde.
Os motivos para o descontrole são diversos. Vai desde a demora no atendimento, a falta de profissionais e também de estrutura, pois faltam medicamentos, testes e materiais básicos. Com ou sem razão, nada deve justificar as agressões a profissionais e muitas vezes aos próprios cidadãos.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou que até a última quinta-feira, dia 27, teve 4.707 profissionais de saúde afastados por gripe ou Covid, isto equivale ao triplo do início do mês. E não é só em São Paulo. Várias capitais e municípios do país estão vivendo a mesma situação.
A enfermeira Glaycie de Abreu relatou que existe sobrecarga de trabalho, poucos funcionários além do esgotamento mental geral. Para a enfermeira muitas agressões ocorrem porque a população não compreende que as equipes tem protocolos com critérios e prioridades a seguir.
Esta incompreensão é proveniente da necessidade de atendimento que muitas vezes acaba não ocorrendo, pelo estresse que toda a população também esta vivendo com essa pandemia que parece não ter fim.
A violência não possui uma estatística mas segundo o levantamento do Coren (Conselho Regional de Enfermagem) de São Paulo, que possui 252 trabalhadores, 40,9 % dos profissionais já sofreram agressões verbais e pelo menos 9,5% foram vítimas de agressões físicas.
Enfermeira Andressa Albrecht foi agredida na unidade em que trabalha. Foto: Reprodução / folha.uol.com.br
Em Florianópolis, a enfermeira Andressa Albrecht de 35 anos, foi agredida com um soco ao tentar separar uma briga entre dois pacientes. O motivo da briga seria a paralização do atendimento de dois médicos por alguns minutos para atender uma prioridade que chegava na ambulância. Ao final do expediente, ela e o segurança tiveram que sair da unidade de saúde escoltados pela polícia.
Para os especialistas, a forma de minimizar essa hostilidade, seria se os serviços públicos estivessem mais bem preparados para atender essa demanda.
Conforme a informação da professora e pesquisadora, Gabriela Lotta, existe uma demanda enorme por outros cuidados que ficaram parados por dois anos e que precisam ser gerenciados, tipo tratamentos e consultas preventivas e as pessoas estão com baixa tolerância de espera, acabando assim, descontando nos profissionais.
A secretaria lembra que mesmo com todo o empenho dos profissionais, é primordial a compreensão dos usuários para que o atendimento siga seu fluxo.
Foto destaque: SUS. Reprodução / sindsaude.com.br