Nesta terça-feira (21), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmou que uma grave tragédia sanitária está quase acontecendo na Faixa de Gaza, onde ocorre operação militar de Israel após os ataques de 7 de outubro. Água e combustível podem faltar para a população.
Crise sanitária
O porta-voz do Unicef, James Elder, alertou, durante uma entrevista coletiva realizada por videoconferência no Egito, que uma tragédia sanitária está prestes a acontecer em Gaza. Com a falta de combustíveis, ele afirma que os serviços de saneamento irão colapsar, e a população poderá ficar totalmente sem água. Em sua fala, ele esclareceu: “Temos uma grave falta de água. As fezes cobrem áreas densamente habitadas. Há uma falta inaceitável de latrinas.” Com isso, manter a higiene pessoal fica mais difícil para os palestinos afetados, e a proliferação de doenças pode acontecer com mais intensidade.
Entretanto, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Christian Lindmeier, esclareceu que, até o momento, não há registros de cólera na região. A bactéria que provoca a doença, vibrião colérico, não estava presente na Faixa de Gaza antes do início dos conflitos, mas pode ter surgido a partir da precarização das condições sanitárias. Porém, há casos de uma diarreia com aspecto aquoso que está afetando a população e piorando o quadro de pacientes já bastante doentes.
<blockquote class=”twitter-tweet”><p lang=”en” dir=”ltr”>While some fuel supplies are now entering Gaza, it is far from enough. With winter around the corner, the need will become more acute.<br><br>We continue to call for unrestricted humanitarian access, including immediate entry of the full range of supplies needed to save lives. <a href=”https://t.co/RsKqyE2qLs”>pic.twitter.com/RsKqyE2qLs</a></p>— UNICEF (@UNICEF) <a href=”https://twitter.com/UNICEF/status/1727039256676167792?ref_src=twsrc%5Etfw”>November 21, 2023</a></blockquote> <script async src=”https://platform.twitter.com/widgets.js” charset=”utf-8″></script>
Preocupação com as crianças
A UNICEF alerta que a crise sanitária poderá causar mortes infantis, dado que possuem o sistema imunológico mais frágil. “As crianças enfrentam um grave risco de epidemia em larga escala”, denunciou o porta-voz James Elder. Durante o confronto, mais de 5.600 crianças palestinas já morreram, de acordo com informações do alto comando do Hamas.
Adele Kodhr, diretora regional da Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, declara que “o número de mortes aumentará exponencialmente se as incubadoras começarem a falhar, se os hospitais fecharem, se as crianças continuarem a beber água imprópria e não tiverem acesso a medicamentos quando ficarem doentes.”
Foto Destaque: criança palestina chora abraçada a um homem (Reprodução/Reuters)