Anticoncepcional masculino ainda não é opção, dizem cientistas

Isabela Nicomedes Por Isabela Nicomedes
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Recentemente, foram feitos testes em camundongos machos para um novo estudo a respeito da possibilidade da existência de um anticoncepcional masculino. Pesquisadores da Universidade do Minnesota, nos EUA, produziram pílulas contraceptivas para os animais, resultando na eficácia de 99% na prevenção de gravidez.

O comprimido age a partir de uma proteína que é recebida em forma de vitamina A, envolvida por espermatozoides e a fertilidade. O composto, chamado YCT529, foi dado aos camundongos por quatro semanas, e após o período foi constato que o número de espermatozoides caiu radicalmente. A fecundação na fêmea só foi possível entre quatro e seis semanas depois de deixarem de receber as pílulas. 

Mas entre o mundo científico, tem os que acham que o estudo pode ser promissor, como também há os estudiosos que preferem pensar ceticamente e veem a pesquisa como apenas um avanço interessante. A especialista em contraceptivos no Instituto Lundquist do Centro Médico Harbor-UCLA, Christina Wang, deixou claro a sua opinião. “Não temos como conhecer seus efeitos enquanto não fizermos estudos toxológicos”, disse ela sobre os compostos diferentes que têm nos organismos dos animais e dos humanos.

Já para o pós-graduando da universidade de Minnesota, Md Abdullah Al Noman, o estudo mostra a possibilidade de outras opções de pílulas. “O que temos aqui é um pioneiro da anticoncepção não hormonal”, afirmou o pesquisador na quarta-feira passada, numa reunião da Sociedade Americana de Química.


Camisinha pode ter falha em 13% (Foto: Reprodução/Shutterstock)


Pesquisas ao redor do mundo estão sendo realizadas com o objetivo da criação de métodos contraceptivos para os homens. Na Virginia, nos EUA, por exemplo, está sendo ensaiado um hidrogel injetável Adam, com efeito de um ano. A empresa responsável, Contraline, descreve como um “Diu para homens”. Na Índia, os testes são sobre um tipo de vasectomia não cirúrgica, que é através da injeção de um gel nos tubos do pênis que armazenam os espermatozoides.

Porém, com nenhuma pesquisa na fase final e com eficácia comprovada em humanos, os métodos contraceptivos masculinos, ainda são a vasectomia e a camisinha. O preservativo, além de prevenir a gravidez não desejada, protege de doenças sexualmente transmissíveis.

Para o professor de urologia na Stanford University Medical Line, Michael Eisenberg, o estudo não é conclusivo. “Se todas as drogas que funcionam bem com camundongos funcionassem com humanos, já teríamos a cura do câncer“, diz ele em razão dos resultados apresentados pela universidade do Minnesota.

Especialistas apontam dez anos de espera para algum anticoncepcional atestado para os homens, devido a fatores específicos, como os efeitos colaterais vistos em teste feitos no passado.

Foto destaque: Reprodução/Gabriela Sanda/Pixabay.

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