Dr. Paulo Godoi explica diferença entre perder peso e modificar a composição corporal

Roberta Rodrigues Por Roberta Rodrigues
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Geralmente quando falamos em perder peso, surge o IMC, que é a avaliação do peso e da altura e que muitas vezes são relacionadas ao estado de saúde do indivíduo. No entanto, limitar a investigação do desenvolvimento físico ao peso e à altura de um indivíduo, ou mesmo à relação entre estas duas medidas como, por exemplo, o IMC (índice de massa corporal), pode ser insuficiente para uma análise fiel da composição corporal de uma pessoa.


Dr. Paulo Godoi, nutrólogo especializado em medicina do esporte (Foto: Reprodução/Divulgação)


O Dr. Paulo Godoi (CRM-GO 19101) nutrólogo especializado em medicina do esporte, hipertrofia muscular e emagrecimento, além de integrante da junta médica da Seleção Brasileira de Futebol, revela que mais importante do que calcular apenas o IMC é preciso levar em consideração a composição corporal de cada indivídup. “Quando se trata de emagrecer, mudar a composição corporal é muito mais importante do que simplesmente perder quilos na balança. Se considerarmos somente o IMC, podemos cometer o erro, por exemplo, de considerar um fisiculturista que tenha 110kg na balança e 1,74m de altura como obeso, IMC 36,3, grau II, sendo que se formos avaliar o percentual de gordura de atletas de alto rendimento desse tipo, costumam ser abaixo de 10% da composição corporal.” 

Composicao corporal de acordo com o gênero biológico 

Segundo o Dr. Paulo Godoi, é importante também levar em consideração que a composição corporal de homens e mulheres é diferente por fatores biológicos. “Quando a gente nasce, tanto bebês do sexo masculino, quanto bebês do sexo feminino, temos a mesma composição corporal, ou seja, os percentuais de músculo e de gordura são ainda muito semelhantes. Mas, durante a puberdade, quando as meninas começam a produzir mais estrogênio e os meninos mais testosterona, essa composição corporal vai se alterando. Analisando o percentual padrão normal de gordura de homens e mulheres, os homens tem de 10 a 20% de gordura corporal, enquanto que as mulheres tem de 18 a 28% em um padrão normal. Tudo isso devido ao estrogênio, que tem a capacidade de aumentar o acúmulo de gordura em alguns locais do corpo.


Dr. Paulo Godoi, nutrólogo especializado em medicina do esporte (Foto: Reprodução/Divulgação)


O nutrólogo ainda alerta que não é saudável nem indicado tomar como parâmetro percentuais de gordura iguais para homens e mulheres. “Então, mulheres, não queiram ter um percentual de gordura igual ao dos homens. O percentual de gordura normal para mulheres é naturalmente diferente do normal para os homens. Quando uma mulher baixa demais o seu percentual de gordura acontecem diversos processos no organismo que causam até mesmo desequilíbrio hormonal, fora que não é uma condição saudável, salvo quando se é um atleta de altíssimo rendimento em vias de uma competição, onde o corpo é por um curto período de tempo levado ao extremo, o que não é a realidade da esmagadora maioria das pessoas.” 

Dietas restritivas e o efeito sanfona

Segundo o Dr. Paulo Godoi, o que normalmente se vê nas mulheres que se submetem a uma dieta muito restritiva é o efeito sanfona. “Logo após perderem muito peso por conta da dieta restrita, elas engordam rapidamente e com muita facilidade. E porque isso acontece? Porque  ela perdeu peso, mas perdeu não apenas gordura mas massa magra, massa muscular. Desse jeito, ela manteve a mesma composição corporal. Isso não é benéfico pra saúde. O que a gente precisa buscar durante o processo de emagrecimento, é proteger a massa muscular, porque a massa muscular total é basicamente a responsável pela nossa termogênese, nossa queima de energia. Então, muitas vezes o caminho para o emagrecimento saudável envolve muito além de controlar a parte alimentar. A gente precisa muitas vezes entrar também com treino, suplementação e até mesmo medicação”, conclui.

 

Foto destaque: Dr. Paulo Godoi. Reprodução/Divulgação

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