SALVADOR – “Preocupação”. Este é o sentimento relatado por dirigentes do PT na Bahia sobre a ida do marqueteiro Sidônio Palmeira e do senador Jaques Wagner para a coordenação da campanha à presidência da República do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A debandada deixa um desfalque na campanha de Jerônimo Rodrigues, nome escolhido pelo grupo para disputar a sucessão do governador Rui Costa, em outubro.
A atuação de Wagner na campanha presidencial já era esperada na Bahia desde que o senador desistiu de concorrer ao Palácio de Ondina neste ano. O petista era considerado o “coordenador natural” da campanha de Jerônimo e, por isso, esperava-se sua participação na construção da estratégia que tentaria tornar o pré-candidato mais palatável no interior do estado.
Sidônio Palmeira, marqueteiro que garantiu a Wagner e Rui as vitórias na briga pelo Palácio de Ondina, teve o nome sacramentado para atuar na comunicação de Lula nesta semana. A decisão precede uma briga interna, que colocou Jilmar Tatto, atual secretário de comunicação do PT, e o jornalista Franklin Martins, ex-ministro das comunicações nos governos Lula, em lados opostos. O nome que contava com as bênçãos de Martins, Augusto Fonseca, caiu em desgraça e abandonou a comunicação da pré-campanha.
Sidônio Palmeira foi o responsável pelas campanhas vitoriosas de Rui Costa e Jaques Wagner
Segundo o jornal Folha de São Paulo, a Leiaute Propaganda – empresa de Sidônio Palmeira – cobrou R$ 44,5 milhões para o primeiro e o segundo turno das eleições. Pela proposta apresentada, em dezembro de 2021, pela empresa seriam R$ 31,8 milhões para o primeiro e R$ 12,7 milhões para o segundo turno da campanha de Lula. Esse orçamento prevê a realização de cerca de 90 pesquisas qualitativas e duas quantitativas.
Ainda de acordo com integrantes do PT baiano, Sidônio já estava atuando na pré-campanha de Jerônimo. Com a saída do marqueteiro, cogita-se que André Curvello, secretário de Comunicação do governo Rui Costa assuma o posto. Na articulação política, o nome do senador Ângelo Coronel (PSD) é ventilado. A avaliação no núcleo petista é que a pré-campanha precisa de um “nome de peso” e que tenha o “respeito” dos partidos aliados para ser o condutor na campanha estadual.
Foto destaque: Jaques Wagner, governador Rui Costa, Lula, Jerônimo, Geraldo Júnior e Otto Alencar em Salvador. Reprodução/Ricardo Stukert