Foi identificado nesta última terça-feira (26, pela Polícia Cívil, o motorista de aplicativo que agrediu e arrancou do carro uma passageira pelos cabelos, em Piraquara, região metropolitana de Curitiba.
O caso está em investigação pela Delegacia de Piraquara, que está revisando os dados do episódio que aconteceu na semana passada. De acordo com a polícia, o motorista deverá ser indiciado por injúria qualificada (ofensa motivada por cor, raça ou etnia) e lesão corporal.
Ainda na terça, a professora, Dayane Padilha, vítima da agressão, prestou depoimento para o delegado responsável do caso, Paulo Renato de Araújo. O motorista também foi levado para prestar depoimento.
A passageira disse que está aliviada de ver que o caso em questão não ficará impune.
Em nota, a empresa 99, por onde o motorista realizava o serviço, informou que o bloqueou permanentemente do aplicativo e que lamenta o ocorrido.
“Mobilizamos uma equipe que realizou acolhimento à Dayane e suporte para acionamento do seguro. Também efetuamos o estorno do valor total pago na corrida. A plataforma está disponível para colaborar com as investigações das autoridades locais“, disse a empresa.
A 99 disse ainda que a empresa tem, em sua política, tolerância zero com qualquer ato de racismo ou discriminação.
“Em comportamentos como esse, que vão contra os Termos de Uso e o Guia da Comunidade 99, todas as medidas são adotadas, incluindo o bloqueio do perfil do agressor e apoio às investigações”, concluiu em sua nota.
O que aconteceu?
No dia 20 de abril, Dayane Padilha, professora da rede estadual de ensino usou o aplicativo 99 para solicitar um veículo de um supermercado com destino à Piraquara, em uma aldeia indígena do município.
Ela afirma em seu depoimento à polícia que o motorista se recusou a leva-la até o local informado e a puxou do veículo no meio do caminho, inclusive puxando pelos cabelos. No GPS, o destino estava em um lugar diferente do solicitado.
“Ele começou a me xingar, começou a me ofender. Eu acredito que teve uma dose de motivação racista, sim, por conta das ofensas que ele profere, de falar que não vai levar ninguém a aldeia indígena, começou a me chamar de ‘pé de barro’, mas acho que o surto dele de violência foi porque ele percebeu que eu tava gravando“, conta.
A professora estava indo para a floresta indígena para apresentar à comunidade os trabalhos realizados por seus alunos para o dia do índio que aconteceu este mês de abril.
Foto destaque:Reprodução/G1.