Uma nova espécie de conjuntivite teve um caso registrado nesta semana e ele surpreende por se diferenciar da conjuntivite comum.
Foto: Bebê com conjuntivite neonatal/Reprodução: Oftalmomaster
A conjuntivite gonocócica, que não é comum ganhou relevância nesta semana, pois uma jovem inglesa de 24 anos, apresentou um inchaço e vermelhidão ao redor dos olhos.Quando procurou atendimento médico descobriu estar infectada com essa “variante” do problema ocular e por não ser tão comum, teve sua história contada pela revista “The New England Journal of Medicine(NEJM)”.
Essa doença que é causada pela gonorreia, se não for tratada em tempo pode levar a cegueira permanente. Vale lembrar que ela pode infectar tanto crianças como adultos, porém a transmissão ocorre de duas formas distintas. A transmissão em jovens e adultos, ocorre durante as relações sexuais, no momento em que há o contato das secreções genitais contaminadas com a região ocular, por isso que é recomendado o uso de camisinha, para prevenir esta e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).
A contaminação infantil se dá no momento do parto quando feito pela vagina, pois a mãe pode ter essa bactéria e ser assintomática. Assim, toda a prevenção começa no período do pré-natal, para que não aconteça o caso do bebê ter oftalmia, que é a conjuntivite neonatal. Dessa forma, logo que o bebê tem seu cordão umbilical, a primeira tarefa das enfermeiras é aplicar o colírio de proteção.
Segundo o oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês, Emerson Fernandes de Souza e Castro, o gonococo tem uma característica que machuca a córnea, por isso essa infecção é pior que a conjuntivite. “Ele é um dos poucos microrganismos que pode invadir o epitélio inteiro, que é uma barreira de proteção da córnea, assim essa característica é bem perigosa nas crianças”.
Quais os sintomas?
Os principais sintomas são:dor mais intensa, olhos vermelhos, inchaço maior que o normal e edema na pálpebra. “Ela não é apenas uma conjuntivite comum, é chamada de ceratoconjuntivite, porque a inflamação ataca a conjuntiva e a córnea. A bactéria pode furar a córnea em 24 horas. Ela é diferente, dói mais além de ser agressiva e rápida”, afirma o oftalmologista.
Como o tratamento é feito?
Por ser mais agressiva que a variante comum, essa inflamação, não é combatida apenas com colírio, é necessário a ingestão de antibióticos na região e sistêmico (o que ingerimos normalmente) e caso necessário é feita a internação do paciente. Emerson ainda ressalta, se a contaminação for em adultos, o casal precisa fazer junto o tratamento contra a gonorreia.
Foto Destaque: Olho saudável/Reprodução:Viva Oftalmologia