De acordo com o hepatologista Juvenal Gomes, a bebida falsificada causa alguns danos à saúde. “Podem ocasionar vômitos, dores abdominais, tontura, sonolência ou em casos específicos danos mais graves. O metanol, por exemplo, usado para fabricação de vodkas falsificadas pode causar cegueira permanente”, ressalta o médico.
Para melhor identificar algumas dicas ajudam se a bebida é falsa na hora da compra, como por exemplo conferir o lacre. No Brasil, as bebidas alcoólicas precisam necessariamente ter o selo do IPI, que é o “Imposto sobre Produto Industrializado”, se a garrafa em questão não possuir esse selo, em específico, significa que ela não foi fiscalizada por autoridades brasileiras. É preciso desconfiar sempre se a bebida estiver muito baixo do preço. Sempre é necessário escolher locais confiáveis para comprar
Temos também como saber se a bebida está adultera, apenas pingando o líquido em uma fatia de pão. Se a bebida tiver sido colorizada com iodo, o pão adquire uma coloração preta. Isso acontece porque o amido presente no pão entra em contato com o iodo e altera a estrutura formada pela molécula.
Vinho está entre as bebidas alcoólicas mais falsificadas. Foto destaque: Reprodução/ Pixabax
É bom lembrar que ao sentir incômodos a qualquer tipo de bebida, a pessoa precisa procurar um médico para uma avaliação de consequências da bebida no organismo.
A ABBD surgiu da união de cinco grandes empresas do setor: Bacardi, Beam Suntory, Brown Forman, Diageo e Pernod Ricard. Que em 2020 criaram o Núcleo pela Responsabilidade no Comércio e Consumo de Bebidas Alcoólicas no Brasil. Em 2021, evoluíram para a formação da entidade, tendo como foco principal contribuir para uma relação transparente e responsável da população com as bebidas alcoólicas. “Esse tipo de bebida pode conter substâncias como iodo, álcool etílico e metanol. Ou seja: bebidas fabricadas sem qualquer padrão de qualidade, critério de higiene e armazenadas em locais impróprios”, explica o presidente da ABBD, José Eduardo Cidade. Ele destaca que a venda ilegal de bebidas destiladas cresceu muito, principalmente, durante a pandemia da Covid-19.
Os destilados ilícitos correspondem a cerca de 36% do volume de bebidas destiladas comercializadas no país. Segundo dados da consultoria Euromonitor, a venda clandestina teve crescimento anual de 10,1% em 2020, evoluindo 6,4% em 2021.
Só em 2021 as vendas de bebidas falsificadas representou 26% no mercado. A estimativa é da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), com base em seu Relatório Geral Apreensões de bebidas ilegais (contrabandeadas e falsificadas). Conforme o mesmo levantamento, as ocorrências de repressão ao mercado paralelo subiram 171,43%, entre 2018 e 2021, em relação a período igual anterior.
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