Pela primeira vez o Brasil irá testar cogumelos psicodélicos para criação de medicamento

Edson Barbosa Por Edson Barbosa
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Divulgado um estudo pioneiro para desenvolvimento de medicamentos derivados de psicodélicos será realizado por um laboratório público no Brasil, segundo os pesquisadores do Certbio (Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste), da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande). O laboratório, que ganhou fama de Vale do Silício do agreste, pelo seu enorme potencial tecnológico, recebeu autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para testar a psilocibina, o princípio ativo presente nos chamados cogumelos mágicos. A pesquisa irá avaliar a quantidade e componentes psicoativos e testar a potência (nível de psilocina e psilocibina).

O intuito dos pesquisadores é que o projeto abra caminhos para o desenvolvimento de medicamentos que poderão, em um futuro breve, estar disponíveis para a população. Em um futuro proximo, eles acreditam que esses produtos derivados dos cogumelos psicodélicos possam ser indicados para condições graves ou de grande impacto na saúde pública, como depressão, ansiedade, dependência química, traumas, entre outros. “Esta autorização permite a coleta e extração da psilocibina a partir de cogumelos e a preparação de extratos para testes in vitro e em animais para depois iniciar testes clínicos“, diz a professora Suedina Silva, pesquisadora da UFCG que integra a coordenação do projeto Psilocibina.


Psilocibina, uma subistância psicodélica encontrada no cogumelo. Foto destaque: Reprodução/Getty imagens/bbc


UFCG que integra a coordenação do projeto Psilocibina, uma parceria entre a UFCG, o Certbio e a empresa Biocase Brasil, que também atua com cannabis medicinal. “É o primeiro passo para termos um laboratório especializado nessas medições mais finas e mais tecnológicas“, afirma o médico Cesar Camara, CEO da Biocase Brasil. Para ele se trata também da primeira parceria público-privada para desenvolvimento de um produto psicodélico para uso médico no país. “Essa autorização inaugura um ciclo que deverá colocar o Brasil dentro de uma onda virtuosa que já acontece ao redor do mundo e que busca um novo olhar para tratamentos ancestrais“, comenta o médico.

 

Foto destaque: Reprodução/WIKIMEDIA COMMONS

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