Uso crescente de Narguilé e cigarro eletrônico entre jovens preocupa médicos

Julia Cabrero Por Julia Cabrero
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É possível ver a evolução do tabagismo em nossa frente, cada ano que passa, novas tecnologias e novos métodos são utilizados por jovens para inovar na prática do fumo. Entretanto, médicos apresentam preocupação visto que esses produtos são altamente viciantes e trazem consequências para a saúde, muitas vezes de forma mais rápida do que métodos de fumo anteriores. 

Em 2019, realizada pelo IBGE, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), revelou que 50,6% dos estudantes de 13 a 17 anos já haviam experimentado narguilé, 30,8% tinham usado cigarro eletrônico e 27,3% fumaram pelo menos uma vez os cigarros tradicionais.


(Foto: Reprodução/Pixabay)


Deborah Carvalho Malta, professora da Escola de Enfermagem da UFMG, alerta que é preciso monitorar o consumo dos produtos do tabaco entre os jovens, a fim de apoiar as agendas e os compromissos nacionais e globais sobre o tema. “A adolescência é uma fase de iniciação de novos comportamentos sociais, os quais podem ser determinantes para a saúde durante a vida adulta, como o desenvolvimento das DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis)”. 

Em pesquisa para a Universidade Federal de Minas Gerais, a experimentação de narguilé no Brasil foi de 26,9%, sendo mais elevada no Paraná 52,4%, seguido de Distrito Federal 50,6%, Mato Grosso do Sul 48,9% e São Paulo 45,9%. Em Minas Gerais, 25,1% dos adolescentes disseram já ter experimentado. Os estados com menor percentual foram o Pará 8,6% e o Maranhão 8,7%.


(Foto: Reprodução/movimento saúde)


“Tudo que não for ar puro é prejudicial ao pulmão. Mesmo a poluição das cidades grandes é prejudicial. Nenhuma forma de combustão de tabaco, cigarro, narguilé, cachimbo ou charuto, é menos nociva. Todas são cancerígenas e podem levar à doença obstrutiva crônica (DPOC), que se traduz por enfisema” afirma o pneumologista Clystenes Odyr Silva, professor da UNIFESP-EPM.

O pneumologista Paulo Corrêa, professor da Universidade Federal de Ouro Preto também destaca: “Há pessoas que pensam em parar de fumar e acham que o cigarro eletrônico é uma alternativa segura. Esse é mais um mito que a indústria vai alimentando.  Não existe propaganda direta, mas há a indireta. E isso é um problema porque a adição é muito mais rápida nos eletrônicos.” 

 

Foto Destaque: Reprodução/iStock

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