Pesquisadores do Instituto Butantan em parceria com Incor, Unifesp e USP buscam desenvolver imunizante contra covid-19. O spray nasal é a nova medida que está sendo desenvolvida pelos cientistas, com o objetivo de vencer essa guerra contra a covid. A vacina em sprey nasal faz parte do grupo chamado segunda geração, pois, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), atualmente há cera de 140 imunizantes em fase de estudos e entre esses, estão as pesquisas nacionais.
A grande novidade é a aplicação da vacina diretamente nas mucosas do nariz, o que será capaz de garantir uma resposta mais rápida e eficaz, assim que o vírus entrar em contato com o organismo. O nariz é a principal porta de entrada para o vírus, isto é, pelas vias respiratórias e permanece na mucosa nasal por algum tempo.
De acordo com o diretor do laboratório de Imunologia do Incor, Jorge Kalil, é possível induzir uma resposta local, “Se você fizer uma vacina de spray nasal, você vai induzir uma resposta imune local no nariz”, firmou e complementa, “você elimina o vírus na entrada. Porque as pessoas, mesmo vacinadas atualmente, podem ainda infectar o nariz e distribuir o vírus para várias outras pessoas”, disse o diretor. Kalil afirma ainda, que os testes encontram-se em fase de experimentação em animais e apresentam respostas epidemiológicas de anticorpos e também celulares.
Diretor do laboratório de Imunologia do Incor, Jorge Kalil (Foto: Reprodução/Valor economico)
Devido ao aumento significativo de novos casos de contaminações, mesmo com as campanhas de vacinação em alta, percebe-se que o país pode voltar a sofrer com a doença que já matou milhares de pessoas, pois existem muitos brasileiros que ainda não retornaram aos postos de saúde para tomarem a dose de reforço. Diante desse cenário médicos, infectologistas e especialistas na área da saúde são favoráveis a retomada das medidas de controle de distanciamento e ao uso das máscaras em locais fechados. Isso só reforça a importância do desenvolvimento dessa vacina, que é uma produção piloto no Brasil.
“A vacina está definida, o que se precisa nesse momento é a preparação industrial, em boas práticas de fabricação, para que ela possa ser utilizada em seres humanos. A parte científica está resolvida, agora é uma etapa de desenvolvimento tecnológico em que somos bastante deficientes no Brasil e, talvez, tenhamos que recorrer a parceiros lá fora”, explicou Kalil.
A vacina aplicada como sprey nasal apresenta uma vantagem de induzir uma imunidade local e sistêmica, isto é, protegerá todo o organismo e ela complementará a vacinação tradicional.
Foto destaque: Vacina sprey nasal contra covid-19. Reprodução/Correio Brasiliense