A Organização Mundial de Saúde (OMS) declara que obesidade é um dos problemas mais graves de saúde que podemos enfrentar no dia a dia. Acredita-se que em 2025 o índice de adultos ao redor do mundo acima do peso será de 2,3 bilhões.
Em relação à obesidade infantil, o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde apontam que 12,9% das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos de idade podem ser consideradas obesas, ademais, 7% dos adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos.
De acordo com um estudo implementado no Congresso Europeu de Obesidade chamado Actions Teens, foi investigado a percepção de médicos e parentes sobre a obesidade em adolescentes. Os dados recolhidos apontam que 20% dos jovens que estão acima do peso não aceitam ter um problema. Além disso, familiares também não souberam identificar a situação de seus filhos.
Jovem com Obesidade (Foto: Reprodução/Kwanchaichaiudom/Thinkstock)
Os dados de acordo com o estudo mostram que 87% dos médicos afirmam não saber lidar com esse tipo de situação e que não receberam um treinamento significativo sobre como controlar a obesidade. É possível identificar também, que médicos e profissionais de saúde em geral podem dificultar o processo de tratamento e nem sempre tratam o jovem de forma empática e acolhedora como deveria. Isso causa, além de constrangimento, um atraso no processo de melhora.
Um ponto importante do estudo é a revelação de que os adolescentes que conseguiram iniciar seu tratamento contra a obesidade já possuíam sinais de doenças crônicas, ou seja, problemas relacionados à saúde mental, diabetes tipo 2, lesões nos ossos, nas articulações, entre outros.
A pesquisa incluiu 5 mil jovens de 12 a 17 anos, cuidadores e médicos. Contudo, foi feita em apenas dez países, sendo eles: Austrália, Colômbia, Itália, México, Arábia Saudita, Coreia do Norte, Espanha, Taiwan, Turquia e Reino Unido. O Brasil não está incluído, porém, sabe-se que a situação daqui não se difere com os outros.
O cardiologista Cláudio Domênico fala sobre sua preocupação: “Se não cuidarmos de nossas crianças e adolescentes, teremos em breve adultos doentes, com problemas cardiovasculares e diabetes, entre tantos outros. A grande culpa da obesidade entre jovens consiste na alimentação inadequada e na falta de atividade física. São fatores ambientais, que podem ser evitados.”
Pessoa se pesando em uma balança (Foto: Reprodução/Shutterstock)
Nos últimos 15 anos, de acordo com os dados obtidos pelo sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, a taxa de excesso de peso dos jovens brasileiros de 18 a 24 anos aumentou de 20,65%, em 2006, para 35,71%, em 2021 teve uma alta de mais de 70%. Pessoas de 25 a 34 anos, tiveram um salto de 37,67% para 54,41%, com um crescimento de 44% no período.
Foto de Destaque: Reprodução/Kzenon/Alamy