Após as devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, a cidade de Cruzeiro do Sul agora luta contra o tempo e o terreno para localizar possíveis vítimas soterradas sob 15 mil km² de entulhos. As enchentes, causadas pela transbordação do Rio Taquari, resultaram em um cenário de destruição com profundidades de detritos alcançando até sete metros.
Resgate em condições extremas
Os bombeiros, auxiliados por cães farejadores e drones, vasculham incansavelmente a área em busca de sobreviventes ou corpos. Recentemente, o resgate de uma mulher e de uma criança de 11 anos entre os entulhos ressaltou a gravidade da situação. “Só com os cães a gente consegue chegar nos lugares exatos onde tem essa indicação, e a gente consegue trabalhar fazendo essas buscas”, explica o Major Michael Magrini, do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina.
Recuperação e solidariedade
Enquanto isso, em Porto Alegre e outras áreas afetadas, a comunidade começa a limpar o que foi deixado para trás pelas águas. No bairro Menino Deus, moradores enfrentam a dolorosa realidade de perderem seus bens, muitos dos quais agora se encontram inutilizáveis nas calçadas. “Tudo é lixo. Tudo quebrado, tudo demolido. Não se aproveita nada”, lamenta o motorista Joel Vargas.
O Departamento Municipal de Limpeza Urbana mobilizou 3.500 garis e um extenso arsenal de veículos pesados para lidar com as 910 toneladas de resíduos já acumulados. O diretor-geral do DMLU destaca o esforço contínuo: “Temos 3.500 garis trabalhando em três turnos e um maquinário muito pesado sendo usado na remoção dos resíduos.”
Em meio a essa devastação, as histórias dos sobreviventes emergem, trazendo à tona o sentimento de abandono de uma comunidade que se sente esquecida. Com relatos de perdas irreparáveis, a população local clama por mais atenção e recursos para reconstruir suas vidas e suas comunidades.