Pólipos e gestação: entenda essa relação que pode comprometer a fertilidade

Grasiele Gomes Por Grasiele Gomes
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Os pólipos uterinos representam uma verdadeira dor de cabeça para as mulheres, especialmente para aquelas que querem engravidar. Muitas vezes, elas descobrem a existência do pólipo quando procuram o médico para saber as causas de tentativas frustradas de concepção, e a partir disso descobrem a existência do pólipo. O endométrio e o miométrio compõem o útero e estão diretamente relacionados a gestação, pois é o endométrio que recebe o embrião e assim inicia-se a gestação após a fecundação do óvulo.

O útero lembra uma pera: é formado pela cavidade endometrial ou corpo uterino, que é a parte mais ‘gordinha’, e o colo do útero, que seria o cabinho da fruta”, explicou o ginecologista Alexandre Pupo, do Hospital Israelita Albert Einstein e também do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Os pólipos são lesões, como uma carne esponjosa, que aparecem no interior do útero, afetam até 20% das mulheres e normalmente no período pós menopausa. Geralmente são lesões benignas, porém raras vezes, podem se tornar malignas e eles, em alguns casos, podem comprometer a gestação natural. Além de interferir na concepção, ele ainda traz outras complicações como: alterações no fluxo da menstruação e sangramentos inoportunos.


Útero com pólipos (Foto: Reprodução/Reproduce)


A ginecologista Juliana Sperandio, médica da Clínica Alira, afirma que essa interferência pode comprometer a gestação. “Qualquer alteração ali complica essa implementação.” Para o médico Alexandre Pupo, o pólipo dificulta essa fixação do embrião, “pólipo dificulta a própria fixação e a sobrevivência do embrião no endométrio, ou seja, há tanto o risco de infertilidade quanto de abortamento”, explicou o ginecologista. Tudo isso atrapalha o percurso do esperma até a trompa, dificultando assim a concepção.

Os pólipos se dividem em dois tipos, o endometrial e o endocervical. O endometrial é caracterizado pelo crescimento desordenado das células na parede do útero, o endométrio. E o endocervical aparecem no interior do colo do útero, que pode ser constatado por uma protuberância ao realizar o exame ginecológico chamado exame especular.

A causa do surgimento dos pólipos geram controvérsias entre os especialistas, podem estar relacionados às inflamações e infecções como afirma Dr Pupo, “eles podem estar ligados a quadros inflamatórios na região ou mais sistêmicos. Ou, ainda, decorrerem de uma infecção bacteriana.”  

Outros fatores de risco também podem influenciar como a obesidade, uso de estrógenos para reposição hormonal. “Mulheres com maior quantidade de estrogênio em circulação, como as com obesidade e síndrome do ovário policístico, estão mais suscetíveis aos pólipos”, afirma a ginecologista Juliana.

Os pólipos podem ser evidenciados através do exame de ultrassom transvaginal, esse exame permite avaliar a cavidade uterina de forma detalhada. Quando se encontram em tamanhos menores é possível um acompanhamento e monitoramento ginecológico. Mas, quando são maiores e interferem na qualidade de vida da mulher, especialmente para aquelas que querem engravidar, o mais indicado é a histeroscopia, que consiste na introdução no canal vaginal de um cano fino com uma câmera na ponta chamado histeroscópio, com ele é possível visualizar os pólipos, retirá-los e encaminhá-los para biopsia.

Após esse processo, é recomendado acompanhamento ginecológico porque os pólipos podem surgir novamente.

Foto destaque: Pólipos e gestação, entenda esse relação. Reprodução/Veja saúde.

 

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