Uma das atuais doenças e que demanda muitos cuidados da sociedade hoje se chama Esclerose Múltipla. Só no Brasil, cerca de 40 mil pessoas já receberam o diagnóstico desta enfermidade e que pode ter vários sintomas como: formigamento, cansaço, perda ou borrão na visão e até comprometimento na coordenação motora. Ela aparece quando o próprio sistema imunológico destrói a cobertura dos nervos, formando pequenas lesões que atrapalham na comunicação entre o cérebro e o corpo todo.
Recentemente a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC), negou a entrada de novas e atualizadas formas de terapia para o tratamento dessa doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Uma dessas formas, é um medicamento via oral e que ajuda a diminuir a gravidade da forma mais grave da doença, chamada de Esclerose Múltipla Altamente Ativa.
O problema é que o medicamento que é a cladribina oral, já é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para justamente o tratamento da esclerose agravada e já está disponível apenas na rede privada, enquanto que no SUS ainda não está incluso. Porém outros países como: Reino Unido, Canadá, Irlanda entre outros, já incluíram esse medicamento, que é tão eficiente no combate da doença, que seu efeito a mantém sob controle por pelo menos quatro anos.
Foto: Atrizes: Guta Stresser, Claudia Rodrigues e Ana Beatriz Nogueira que sofrem com a Esclerose Múltipla/ Reprodução: OPOVO Vida e Arte
Para o médico Neurologista e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Douglas Kazutoshi, essa é uma situação muito delicada, já que a maioria das pessoas que sofrem da Esclerose Múltipla Altamente Ativa, precisam deste medicamento, mas não têm condições de frequentar rotineiramente longas viagens para conseguir realizar o tratamento correto da doença.
Um ponto levantado pelo médico é que no Brasil, há sim formas de tratar a doença como um todo, ou seja, há opções de tratamentos infusionais para a maioria dos casos dos pacientes, contudo é necessário haver mais formas e mais específicas para oferecer o melhor acompanhamento dos casos. Segundo Douglas, cerca de 43% dos brasileiros precisam viajar mensalmente para conseguirem retirar o medicamento e assim continuar com o tratamento. Mesmo assim, para ele, é necessário que a Cladribina seja incluída rapidamente no SUS, para que os pacientes e acompanhantes não sofram tanto com a logística de viajar tão longe apenas para pegar um remédio.
Foto Destaque: Esclerose Múltipla atingindo cérebro de paciente/ Reprodução: VivaBem UOL/ iStock