Procedimentos médicos modernos: entenda as histórias por trás deles

Bruno Gama Por Bruno Gama
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É comum com o passar dos anos a medicina evoluir cada vez mais, seja utilizando DNA para a descobrir como funciona certas doenças ou rejuvenescendo as células da pele humana. Sempre há novas descobertas e avanços.

Com isso, alguns procedimentos que hoje são considerados rotineiros foram revolucionários e fundamentais quando descobertos na época, como as transfusões de sangue e anestesias.

Esses avanços foram tão relevantes quanto as pesquisas de desenvolvimento das vacinas contra COVID-19, mesmo que hoje em dia sejam realizados de maneira cotidiana.

 

TRANSFUSÃO DE SANGUE

O conceito da transfusão de sangue de uma pessoa ou animal não é algo novo, vide que é mencionado na Odisseia, de Homero, escrita há cerca de 2,7 mil anos. A possibilidade disso acontencer na vida real foi consumada pela descrição do médico William Harvey, em 1628, de como o sangue circula no nosso corpo.

A seringa foi um passo importante na descoberta, pois com ela é possível administrar os tratamentos diretamente na corrente sanguínea do paciente. Na década de 1650, diversos tipos de seringas foram criadas pelo cientista Blaise Pascal (com base em sua pesquisa sobre pressão) e pelo arquiteto Christopher Wren.

A primeira transfusão de sangue bem-sucedida aconteceu pelas mãos do médico Richard Lower, em 1666, realizada entre animais. No ano seguinte, Jean-Baptiste Denis tentou a transfusão de sangue de um cordeiro para um homem com sintomas de febre.

Mesmo funcionando, acredita-se que a quantidade sangue utilizada na transfusão foi muito pequena, pois não houve efeitos negativos. Misturar sangue animal e humano é um procedimento muito perigoso.


A transfusão de sangue já era um conceito antigo (Foto: Reprodução/Emedoctors)


Denis continuou a fazer esse tipo de procedimento até a morte de um paciente, resultando em um processo judicial. As transfusões passaram a ser proibidas por diversas instituições, incluindo no parlamento francês.

Foi no século 20 que a transfusões passaram a ser mais seguras, graças a descoberta de Karl Landsteiner de que há mais de um tipo de sanguíneo. A mistura de dois tipos de sangue incompatíveis pode ser fatal.

Hoje, com a compreensão dos diferentes grupos sanguíneos e métodos de triagem eficazes, as transfusões de sangue se tornaram comum na medicina moderna.

 

CIRURGIA PLÁSTICA

Com a inovação tecnológica nos mais diversos tipos de armamento na Primeira Guerra Mundial, muitos soldados voltaram para casa com deformações e ferimentos graves no corpo. O cirurgião neozelandes Harold Gillies acreditava que era possível reparar essas lesões.

Quando estava na Inglaterra, Gillies providenciou que qualquer combatente com ferimentos faciais fossem enviados para ele no Cambridge Military Hospital, em Aldershort. O cirurgião se dedicou a conseguir um hospital que tratasse exclusivamente de lesões face, com isso, em 1917, foi inaugurado o The Queen’s Hospital, em Sidcup.


As cirurgias plásticas surgiram na Primeira Guerra Mundial (Foto: Reprodução/Blanchospital)


Esta foi a primeira unidade do mundo e seu objetivo era reconstruir o rosto de pacientes da melhor maneira possível, utilizando tecidos de outras partes do corpo, se necessário.

O pioneirismo de Gillies e sua equipe no The Queen’s Hospital foi a porta de entrada para as cirurgias plásticas, que são muito comum nos dias de hoje.

 

ANESTESIA

A história por trás desse procedimento também é antiga, datada no ano de 4000 a. C. quando o ópio era usado como anestésico. Mas, a anestesia, como é conhecida atualmente, demorou para ser uma realidade concreta.


Antigamente, o ópio era usado como anestésico (Foto: Reprodução/hsaorafael)


O primeiro caso relevante ocorreu no dia 16 de outubro de 1846, nos Estados Unidos, em Massachusetts: William TG Morton aplicou um anestésico de éter químico no paciente Edward Gilbert Abbott. A notícia logo se espalhou e em dezembro do mesmo ano, o dentista James Robinson utilizou o procedimento para extrair o dente de seu paciente.

No Reino Unido, os cirurgiões William Scott e Robert Liston, também foram capazes de remover membros de pacientes anestesiados, a primeira cirurgia desse tipo na história da Grã-Bretanha.

 

Foto em destaque: As histórias por trás dos avanços na medicina Foto: Reprodução / Veja

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