O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta segunda-feira (8), para que o atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, permanecesse em seu cargo, após o resultado das eleições do país.
Attal foi até o Palácio do Eliseu, com o intuito de pedir renúncia ao seu cargo devido ao resultado das eleições legislativas realizadas neste domingo (7), com a surpreendente vitória do bloco de esquerda. Porém, Macron insistiu para que Attal permanecesse em seu cargo até que a situação se oficialize, podendo demorar semanas ou meses.
A insistência de Macron para o primeiro-ministro permaneça, não é à toa. Apesar do resultado ter barrado a extrema direita no país, o lado político vencedor não obteve o número mínimo de assentos no Parlamento francês necessários para indicar um primeiro-ministro.
Resultado das eleições
No domingo (7), a coalização de esquerda Nova Frente Popular conseguiu o maior número de assentos na Assembleia Nacional da França nas eleições legislativa, o que causou a grande surpresa, mas ainda está sem força suficiente para governar de forma independente.
Gráfico ilustrativo das eleições na França nos anos 2022 e 2024 (Foto: reprodução/Infogram/Bruna Araújo)
No segundo turno, quase 60% dos eleitores participaram das eleições. O resultado das três maiores bancadas da nova legislatura ficou da seguinte maneiro:
- Nova Frente Popular (esquerda): 182 assentos;
- Juntos (coalização governista, de centro): 168 assentos;
- Reunião Nacional (extrema direita): 143 assentos.
Apesar do aumento de número de assentos obtidos pela Reunião Nacional, onde houve um acréscimo de 88 para 143, a extrema direita ficou decepcionada com o resultado. Na semana passada, com os números obtidos no primeiro turno, o partido de Marine Le Pan havia saído à frente de todas as demais, chegando a cogitar ficar com a maioria absoluta da Casa.
“Nossa vitória foi apenas adiada”, disse Le Pen em entrevista, após uma pesquisa boca de urna indicar a derrota.
Esquerda precisará de apoiadores
Líderes do bloco da esquerda trouxeram a possibilidade de se aliarem ao centro, com o propósito de alcançar os 289 assentos necessários para terem a maioria ocupada. Com a notícia que a Reunião Nacional, de Le Pen, conquistou os 33% dos votos no primeiro turno, os partidos Nova Frente Popular e Juntos formaram uma aliança temporária para impedir que a extrema direita ganhasse as eleições e chegasse no poder.
Essa união não foi oficializada e a viabilidade de um governo em conjunto com as duas forças ainda é incerta. Com toda tensão dessas eleições, a França se depara com um cenário desconhecido e uma possível ameaça de um Parlamento paralisado.