PM preso pela acusação de assassinato a lutador Leandro Lo possui histórico de agressão contra policiais

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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O tenente da Polícia Militar (PM), Henrique Velozo, preso por suspeita de matar com um tiro na cabeça o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo, na madrugada deste domingo, já havia enfrentado um processo judicial pela Justiça Militar do Estado que o condenou por agredir e desacatar outros policiais militares na boate The Week, na Zona Oeste da capital, em 2017.

Nos dois casos o tenente da PM estava de folga e sem uniforme.

Neste sábado (6), testemunhas contaram à Polícia Civil e à imprensa que o PM Henrique foi tirar satisfações com Leandro, que o imobilizou no Clube Sírio, durante o show de pagode do grupo Pixote. Depois que foi solto, o policial militar sacou sua arma e disparou contra o rosto do lutador.

Leandro chegou a ficar internado, mas morreu ainda neste domingo no hospital, com 33 anos.

A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias do agente, que foi encaminhado para o presídio militar Romão Gomes, na Zona Norte.

Há quase cinco anos, em 27 de outubro de 2017, Henrique foi condenado após acusação de soco no braço de um agente da Polícia Militar e ainda ter batido no rosto e chutado em outros policiais militares, além de proferir ofensas.

O motivo: os PMs tinham sido chamados para atender uma ocorrência de confusão dentro da The Week. De acordo com o Ministério Público Militar, o tenente estava com um primo no local e ambos acabaram se desentendendo com outros frequentadores.

Ainda segundo o Ministério Público, um vídeo gravado no local e testemunhas comprova a versão dos agentes que encontraram Henrique “embriagado”, “nervoso e exaltado, dificultando o trabalho dos militares”. Em 13 de maio de 2021, Henrique foi condenado a nove meses de prisão em regime aberto.

A condenação de 2021 foi informada pelo UOL, nesta segunda-feira (8) e confirmada pelo g1 com fontes do Tribunal de Justiça Militar (TJM). A localização da defesa do tenente não foi identificada para complementar a matéria.

O promotor Romeu Zanelli acompanha as investigações do caso com a Polícia Civil, no qual é considerado assassinato.


O advogado da família do lutador Leandro Ló diz que o PM acusado de assassinato ainda deu dois chutes na vítima e fugiu em seguida. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)


Mãe lamenta perda do filho

Fátima Lo, mãe de Leandro Lo, disse nesta segunda que o policial militar acusado de matar seu filho também era praticante da arte marcial. Ela também informa que conhecia o atleta e provocou a confusão num show de pagode no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo, neste final de semana.

“Ele era lutador na vida, nos tatames ele só trouxe alegria para a gente. Muito preocupado com a família. Ele era a alegria em pessoa e uma pessoa que fez isso com ele… E a pessoa conhecia ele, porque era do jiu-jitsu também, e acabou acontecendo. A pessoa já foi para isso, com certeza já foi pra isso, só que a gente não sabe o porquê”, disse Fátima.

A declaração foi dada na frente do Cemitério do Morumby, na Zona Sul da capital, onde acontecia o velório de Leandro. O lutador de jiu-jitsu morreu neste domingo (7) após ser baleado na cabeça pelo tenente da Polícia Militar (PM) Henrique Otávio Oliveira Velozo durante apresentação do grupo Pixote.

De acordo com o advogado da família de Lo, Ivan Siqueira Junior, o lutador teve uma discussão com o PM. Lo imobilizou o homem que, após se afastar, sacou uma arma e atirou uma vez na cabeça do lutador. Pouca gente ouviu o barulho do tiro porque o som estava alto em função do show.

Um amigo do lutador que presenciou o crime disse que o autor do tiro estava sozinho e provocou Lo e cinco amigos, que estavam numa mesa.

 

Foto Destaque: Tenente da PM preso por assassinato a lutador de jiu-jitsu já foi condenado por agressão a policiais. (Reprodução/g1)

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