Vacina: Possibilidade de misturar vacinas se torna promissora

Luiz Carlos Nascimento Por Luiz Carlos Nascimento
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O mundo se encontra em uma corrida pela vacinação no combate ao coronavírus, com, aproximadamente, 4,8 bilhões de doses aplicadas. Cerca de 30% da população mundial já foi contemplada por pelo menos uma dose das diversas vacinas disponíveis e 23% das pessoas tiveram a imunização completa. 

Juntando a escassez global de suprimentos para a produção de inoculantes, os temores com relação aos diversos efeitos colaterais, alguns países começaram a estudar a possibilidade de aplicar diferentes vacinas em um indivíduo. Isso, por sua vez, não é nenhuma novidade, já que esta mistura é chamada de vacinação heteróloga, muito utilizada no combate do vírus HIV, desde a década de 90.


(Foto: Reprodução/ Agência Brasil)


Como a maioria das vacinas precisam de duas doses para completar o ciclo de imunização, algumas pesquisas mostram que é possível levar aplicações de diferentes vacinas sendo, em muitos casos, algo mais recomendado. Como exemplo disso, é possível citar os testes feitos na Espanha, com 676 pessoas entre 18 e 59 anos que receberam a primeira dose de AstraZeneca e a segunda da Pfizer. Os resultados mostraram que os anticorpos eram mais que o dobro que os gerados por duas doses da AstraZeneca.

Em outras palavras, ao se aplicar duas doses da AstraZeneca, os anticorpos são multiplicados por três. Mas ao utilizar essa vacina apenas como primeira dose e a Pfizer como segunda, os anticorpos se multiplicam por sete, de acordo com o estudo espanhol.

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No Reino Unido, os testes mostraram que ao combinar uma primeira dose de AstraZeneca e uma segunda da Pfizer, foram produzidos mais anticorpos e células T, ao se comparar com a aplicação de dois componentes de AstraZeneca, complementando, assim, os estudos feitos na Espanha. 

Entre os motivos para essa mistura, os cientistas apontam que será possível combater com mais precisão as diversas variantes da covid-19 que têm surgido. É o que diz Pierre Meulien, diretor executivo da iniciativa de Medicamentos Inovadores da União Europeia, disse que o principal incentivo para misturar vacinas é “para cobrir as variantes que estão aparecendo em todas as partes”.

 

Situação no Brasil

Na prática, ainda não foi utilizada a mistura das vacinas no Brasil, mas a secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, em conjunto com a equipe de especialistas do Conselho de Análise Epidemiológica que assessora a vigilância estadual, autorizou o uso da Pfizer como segunda dose para a AstraZeneca. Tal medida pode ser tomada apenas no caso da falta deste imunizante, para evitar que o cidadão que tomou a primeira dose da AstraZeneca fique sem a segunda dose. 

(Foto destaque: Reprodução/Agência Brasil)

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