Doença do Tatu: Entenda o que causou a morte de jovem no Piauí

Rafaela de Oliveira Por Rafaela de Oliveira
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Uma infecção do fungo coccidioides (PCM) gerou complicações na saúde de um jovem de 17 anos, que morreu no último sábado (20/08), na cidade de Simões, no Piauí. 

É conhecida popularmente como  “Doença do Tatu”, mas o animal não é o responsável pela contaminação, e sim a inalação de esporos do fungo durante o manejo do solo contaminado. Assim, o fungo que causa a doença é um tipo de micose sistêmica e também não pode ser transmitido por uma pessoa infectada.

Portanto, o nome pejorativo dado à infecção se relaciona à possibilidade do fungo ser encontrado em tocas dos animais e em sítios arqueológicos. Com isso, pessoas que têm contato constante com terra são os maiores alvos da infecção, como trabalhadores rurais, arqueólogos, antropólogos, paleontólogos, trabalhadores de transporte terrestre, entre outros. 

Em entrevista à Uol Notícias, o prefeito da cidade que teve uma vítima da doença (Simões), Zé Wlisses, diz que “há uma cultura de caçar tatu e algumas pessoas vendem as carnes. O local onde teriam sido contaminados pelo fungo é em uma área de uma serra na região”. Essa foi a maneira em que o jovem se infectou, juntamente com seu irmão, de 14 anos, e seu amigo, de 22, que se encontra internado em estado grave e com dificuldade para respirar. 

“Com a caça ilegal, [a pessoa] acaba inalando os esporos liberados pelo ar e geralmente ocorre a infecção. O ideal é não fazer caça do tatu, até porque é ilegal”, pontua médico infectologista e diretor do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella de Teresina, José Noronha.

Entre os sintomas possíveis que alertam sobre a infecção, têm-se tosse seca; febre; falta de ar; dor torácica; dor nas articulações; nódulos, manchas ou bolhas na pele. Entretanto, o diagnóstico deve ser confirmado com um médico. 

Existem medicamentos antifúngicos que são utilizados para o tratamento sintomático da doença. Em casos de lesão pulmonar grave, poderá ser preciso realizar uma cirurgia, pois o comprometimento causado ao órgão pode levar à morte.

Foto Destaque: A Secretaria Municipal de Saúde de Simões esclareceu que a doença não é transmitida diretamente dos animais para o ser humano ou de uma pessoa contaminada para outra. Divulgação/Tim Zurowski /Shutterstock.

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