Lin Yu Ting avança à final do boxe e enfrenta protestos

Isabela Barros Por Isabela Barros
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Foto destaque: Lin Yu Ting boxeadora taiwanessa enfrenta polêmica de gênero (Reprodução/ Richard Pelham/Getty Images Embed)

A taiwanesa Lin Yu Ting conquistou nesta quarta-feira (07), sua vaga na final do boxe feminino até 57kg nas Olimpíadas de Paris, ao vencer a turca Esra Yildiz Kahraman por decisão unânime (5-0). A luta, que aconteceu em meio a uma polêmica envolvendo a identidade de gênero da atleta, foi marcada por um protesto da rival após o anúncio do resultado.

Decisão unânime e protesto simbólico

Lin Yu Ting e Imane Khelif, da Argélia, as duas finalistas em suas respectivas categorias de peso, estiveram no centro das atenções desde que foram desclassificadas no ano passado do Mundial amador de boxe por reprovar em testes de gênero realizados pela Associação Internacional de Boxe (IBA). A IBA foi posteriormente desfiliada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que permitiu a participação das atletas nos Jogos de Paris, gerando debates sobre o assunto.

Durante a luta, Lin dominou os três rounds, demonstrando superioridade técnica. No entanto, após a derrota, Esra Yildiz fez um sinal de “X” com os dedos para a plateia, indicando os cromossomos XX, em um claro protesto contra a participação de Lin, que enfrenta suspeitas de ter cromossomos XY, características típicas do sexo masculino. Esse gesto já havia sido repetido anteriormente por outra rival, a búlgara Svetlana Staneva, nas quartas de final.


Esra Yildiz protesta após perder para Lin Yu Ting, de Taiwan, na semifinal do boxe feminino nas Olimpíadas 2024 (foto: reprodução/Richard Pelham/Getty Images Embed)

COI e IBA em conflito sobre gênero

A polêmica se intensificou com a realização de uma coletiva de imprensa pela IBA, em que o presidente Umar Kremlev acusou Lin e Khelif de apresentarem níveis elevados de testosterona, sugerindo que elas seriam homens. As acusações foram feitas sem a apresentação de provas, e o COI defendeu a participação das atletas, afirmando que ambas passaram por rigorosos critérios médicos e são reconhecidas como mulheres.

A situação destacou as diferenças nas regras aplicadas pelo COI e pela IBA, que foi banida após investigações que revelaram corrupção e falta de transparência. A Paris Boxing Unit, responsável pela organização do boxe nos Jogos Olímpicos, segue garantindo que Lin e Khelif estão competindo segundo as regulamentações vigentes.

Agora, Lin Yu Ting se prepara para a final olímpica, onde buscará o ouro, em meio a uma das mais acirradas discussões sobre gênero e esporte nos últimos tempos.

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