Um estudo realizado pela Universidade de Melbourne, na Austrália, afirma ter encontrado um novo efeito colateral para o anticoncepcional. Os cientistas da Universidade fizeram uma pesquisa com um grupo de mulheres em 21 países, com o objetivo de identificar o comportamento delas durante 28 dias que correspondem ao ciclo menstrual, as perguntas eram relacionadas a temas sobre autoestima, desejo sexual e motivação durante o ciclo.
A pesquisa que foi publicada em 16 de agosto, pela revista Adaptive Human Behavior and Physiology, e revelou os resultados baseando-se nas respostas das 278 mulheres que participaram.
Entre as participantes do estudo, estavam 86 mulheres que tomavam anticoncepcional ou utilizavam outra forma de contracepção, como implantes hormonais e adesivos, e 192 não que usavam nenhum método hormonal.
Cartela de remédio anticoncepcional. Reprodução/Uol
As mulheres sem nenhuma intervenção de hormônios artificiais demonstraram se sentirem motivadas, confiantes e competitivas durante o período de ovulação, que corresponde ao meio do ciclo menstrual e os pesquisadores afirmam que essa época do mês é benéfica para marcar entrevista de emprego devido a autoconfiança e competitividade.
Porém, o outro grupo de mulheres que disseram fazer o uso da pílula anticoncepcional, demonstraram ter o comportamento ao contrário das participantes sem intervenção, sendo assim menos motivadas, sem autoconfiança e sem competividade durante a mesma época do ciclo.
Em entrevista, ao portal australiano WA Today, a autora do estudo, Lindsie Arthur-Hulme, falou sobre a importância da pesquisa: “Ao longo de gerações de mulheres, evoluímos para ter essas flutuações que beneficiam diferentes objetivos ou resultados. Os hormônios estão fazendo isso com nossos corpos porque as pessoas não podem competir o tempo todo. Precisamos fazer outras coisas, como comer e dormir.”, afirmou a autora.
Apesar de o estudo ser o primeiro relacionado a motivação e autoestima das mulheres durante o ciclo menstrual, Lindsie reconhece que a pesquisa tem algumas limitações. Apesar de pequena, Lindsie esclarece que ainda é necessário explorar mais o tema.
Foto Destaque: Diversas cartelas de remédios anticoncepcionais. Reprodução/Revista Veja