A dor e um sentimento angustiante, muitas vezes causada por estímulos intensos ou prejudiciais. Por ser um fenômeno complexo, definir a dor muitas vezes tem sido um desafio. Ela e uma experiência desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial.
Foto: paciente com câncer em acolhimento. Reprodução/ Credito: Tridman/Istockphoto
A dor é a razão mais comum para consultas medicas na maioria das vezes. Um sintoma importante em muitas condições médicas pode interferir na qualidade de vida de uma pessoa e em seu funcionamento geral. A intensidade com que pessoas diferentes sentem e reagem a situações semelhantes, causadoras de dor é bastante variada.
Em pacientes oncologicos a dor é um sintoma comum. A partir do diagnóstico de 30% a 40% das pessoas sentem dor. Se o câncer se disseminou, 65% a 85% das pessoas sentem dor, e até 95% da dor causada pelo câncer pode ser tratada com sucesso.
Os tipos de dores mais freqüentes em pacientes que fazem tratamento de câncer:
Dor somática: se apresenta nos ossos, músculos e articulações em 40% dos pacientes;
Dor visceral: relacionada a cólicas intestinais e incômodos nas regiões do pâncreas e fígado;
Dor neuropática: ligada a queimações e formigamentos.
Quando o tumor e identificado inicia se um processo de tratamento muito difícil. Já que a doença e conhecida como irreversível pouco se fala dos sinais de dores crônicas, presentes quando o quadro já estiver grave.
Segundo a coordenadora da Comissão de Cuidados Paliativos da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Cláudia Naylor. A maioria das vezes as dores são associadas ao próprio tumor, quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou á combinação de outros fatores. E que todas as dores são tratáveis e que ao sinal de desconforto o paciente deve informar a seu médico e não sofre calado.
“Eles não devem ter medo de falar, de incomodar o médico ou achar que algum medicamento vai prejudicar no tratamento. A dor pode fazer parte do processo e deve ser tratada o quanto antes”, completa Cláudia.
“É um sintoma extremamente complexo. Por isso, reforçamos a importância de a equipe médica (oncologistas, farmacêuticos, assistentes sociais e enfermeiros) sempre perguntar, investigar e, principalmente, entender o paciente”, ressalta Cláudia.
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1986 desenvolveu um guia onde se estabelece o degrau para o tratamento de dor e sua intensidade.
Para dor leve, indicando drogas analgésicas comuns, não opioides (sem antiinflamatórios).
Na dor moderada, já são adicionados os opioides fracos, mas também medicamentos da mesma classe considerados fortes, mas com dosagem menor.
Em casos de dor intensa, a indicação são opioides fortes em altas doses. Os remédios para tratar a dor associada ao câncer estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das políticas de medicamentos de alto custo.
De acordo com um estudo, publicado este ano no Journal of Clinical Medicine, a necessidade de uma boa equipe multidisciplinar, o controle de fatores como estresse, ansiedade e depressão. Entre as medidas não farmacológicas indicadas para o tratamento de dores associadas ao câncer como terapia comportamental, acumputura e atividades físicas associadas ao tratamento.
“ser fisicamente ativo após um diagnóstico de câncer melhora a taxa de sobrevivência dos pacientes em 30%”.
Sobre o estresse, pesquisadores mostraram que indivíduos com quadros de angústia, por exemplo, apresentam efeitos adversos, como aumento da produção de citocinas (proteínas inflamatórias), piora na fadiga e nos sintomas do câncer.
FOTO DESTAQUE: Paciente no auto cuidado ao câncer. REPRODUÇÃO/Credito: Tridman/Istockphoto.