Um estudo realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), divulgada nesta quarta-feira (14), mostrou que três em cada dez famílias brasileiras não têm o acesso suficiente a alimentos e passam fome, grande parte da população afetada está concentrada no norte e nordeste do país. O sudeste, em números absolutos, é a região mais atingida.
O estado do Alagoas, no nordeste do país, é o que mais registra casos de insegurança alimentar grave, sendo que 36,7% das famílias que foram ouvidas passam pela dificuldade de conseguir alimentos.
Em segundo lugar na pesquisa feita pela PENSSAN está o estado do Amapá, também no nordeste do país, com 32% de famílias que estão passando pela insegurança alimentar. Em seguida aparecem os estados do Pará, no norte do país, e Sergipe, no nordeste, com 30% das famílias atingidas pela falta de segurança alimentar em ambos os estados.
Ainda que a concentração de pessoas com insegura alimentar atinja proporcionalmente mais os estados do norte e nordeste, em números absolutos é a região sudeste, a mais populosa, que concentra o maior número de pessoas que passam fome. Os números são alavancados principalmente pelo estado de São Paulo que possui 6,8 milhões de pessoas nesta situação, e pelo Rio de Janeiro que concentra 2,7 milhões de pessoas com fome.
Imagem de um prato vazio (Foto: Reprodução/ Twitter)
A pesquisa foi realizada entre os meses de novembro de 2021 e abril de 2022, onde 12.745 famílias foram visitadas em 577 cidades diferentes, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. O estudo ainda constatou que além do grande número de pessoas atingidas pela fome, o problema se agravou após a pandemia, quando famílias tiveram queda na renda e o custo de vida aumentou.
O estudo dividiu o conceito de insegurança alimentar em três níveis: insegurança alimentar leve, moderada e grave.
Insegurança alimentar leve: existe preocupação ou incerteza de conseguir o alimento;
Insegurança alimentar moderada: existe uma redução na quantidade de alimentos e a alimentação saudavel é interrompida pela falta de produtos;
Insegurança alimentar grave: a família não possui dinheiro para comer e acaba passando fome.
Em nível nacional a insegurança alimentar grave atinge 15,5% das famílias e a insegurança alimentar moderada atinge 15,2% das famílias brasileiras.
Foto Destaque: Imagem de um protesto. Reprodução/ Twitter