Encapsulamento do silicone, sabe o que é? Dr. Carlos Conte explica sobre o assunto

Roberta Rodrigues Por Roberta Rodrigues
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Até então, é difícil levantar uma estatística que aponte o número de pacientes que aderiram a algum tipo de prótese e que foram afetados, posteriormente, pelo o que chamam de encapsulamento do silicone. Essa dificuldade se dá porque não é uma doença que atinge um certo grupo de pessoas. O encapsulamento do silicone é algo que pode atingir a qualquer pessoa que passou pelo procedimento estético.

Também chamado de contratura capsular, há dados privados de cirurgiões que apontam que até 20% dos pacientes retornam aos consultórios com o silicone encapsulado. O processo capsular é gradativo, e os sintomas podem variar de paciente para paciente. Segundo o Dr. Carlos Conte, “o encapsulamento é um processo natural de proteção do corpo, é uma fina membrana envolta da prótese que tem por objetivo isolar esse corpo estranho”, afirma. Tal colocação desmistifica o que muitos pacientes, alarmantes, denominam o encapsulamento como algum tipo de doença grave.

Contudo, segue a explicação do Dr. Carlos, “pode ocorrer do organismo da paciente reagir de forma exagerada, criando uma membrana mais espessa que o normal e que acaba pressionando o implante. Isso, nós chamamos de contratura capsular e neste caso é necessário procurar o cirurgião plástico que realizou a cirurgia para avaliação”, esclarece.


Dr. Carlos Conte. (Foto: Reprodução)


É o cirurgião quem deve diagnosticar o encapsulamento. Há alguns sintomas possíveis de se identificar, pela própria paciente, que algo não está conforme o esperado. Dr. Carlos Conte nos auxilia no assunto, e, segundo ele, alguns sintomas mais comuns são: assimetria das mamas, elas podem estar com formatos diferentes uma da outra. Em alguns casos é possível notar mudança na textura da prótese, como pequenas ondulações em sua superfície, também pode ocorrer endurecimento da região, ou, até mesmo inchaço e dor”, conta.

Sobre os cuidados, ou o que pode causar o encapsulamento, Dr. Carlos diz que cada pessoa, cada organismo é único. Portanto, “cada um pode se comportar de maneiras diferentes. No entanto, existem alguns fatores que contribuem no encapsulamento da prótese. Um deles é o tipo de superfície do implante, sabemos que é mais comum ocorrer o encapsulamento em uma prótese de silicone lisa; e por esse motivo a qualidade do implante é primordial. Utilizar próteses de superfície texturizadas é um dos primeiros cuidados que contribuem para que a taxa de rejeição seja menor”, afirma.

É preciso sempre seguir as orientações do seu cirurgião. Realizar com esmero o pós-operatório; fazer o uso correto do sutiã cirúrgico; evitar movimentos bruscos; evitar carregar peso. “Tudo isso faz com que o sistema de defesa do corpo não entre em modo alerta. Não é possível prever a predisposição da paciente a desenvolver o encapsulamento, mas esses cuidados conseguimos evitá-lo”, conclui Dr. Carlos Conte.          

Foto Destaque: Reprodução.

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