Há bastante tempo, os recursos destinados para o programa Farmácia Popular estão em queda. O orçamento foi reduzido em mais 20% nos últimos cinco anos. Porém, em 2023, a situação do programa que distribui remédios gratuitos ou com descontos para pacientes de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma, pode ficar ainda pior.
Bolsonaro faz um corte no orçamento do programa Farmácia Popular.(Foto/Reprodução/Twitter)
O projeto de orçamento, encaminhado ao Congresso pelo governo, retirou 60% do total de recursos destinado ao programa. Depois que o corte foi revelado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o presidente Jair Bolsonaro enviará uma mensagem ao Congresso recompondo os recursos do programa. Segundo ele, logo após as eleições.
O Farmácia Popular não foi o único a sofrer cortes. Toda a verba de investimentos do Ministério da Saúde teve uma previsão de queda de 29%, o que afeta o programa de vacinação, que já enfrenta desafios com a queda da cobertura vacinal para doenças erradicadas, como a poliomielite.
No ‘Ao Ponto’ desta segunda-feira, podcast apresentado pelos jornalista Carlina Morand e Roberto Malchik, a professora Lígia Bahia, especialista de financiamento do SUS e doutora em Saúde Pública pela Fiocruz, explica a dimensão dos cortes no orçamento do Farmácia Popular e por que a falta de dinheiro deste programa representa apenas um pedaço do problema no caixa saúde.
Ela também avalia de que forma o orçamento secreto ajuda a comprometer os recursos para o setor e como as falhas de gestão prejudicam discursões importantes, como a adoção do piso dos profissionais de enfermagem.
Apesar do Senado garantir que tanto parlamentares da base do governo como da oposição estão unidos para solucionar o problema envolvendo o piso salarial da enfermagem.
O projeto aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro não indica fontes de custeio do piso salarial, esse é um dos questionamentos da CNSaúde na Justiça.
Foto Destaque: ilustração de um questionamento sobre o piso salarial de enfermagem. Reprodução/Twitter