Cientistas dos Estados Unidos desenvolveram microrobôs que são capazes de nadar nos pulmões, administrar medicamentos e fortalecer pesquisas sobre casos de pneumonia bacteriana. Em testes com roedores, a invenção conseguiu eliminar com segurança as bactérias causadoras de pneumonia, levando a 100% de sobrevivência. Em contraste, todos os camundongos não tratados morreram.
O experimento foi feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia San Diego e compartilhado, este mês, na revista Nature Materials. Os pesquisadores estão confiantes de que esse novo método simples de administrar também pode ser aplicado em humanos. Os microrobôs foram colocados por um tubo na traqueia dos camundongos e, além dos nanoantibióticos, também carregavam microalgas em seu revestimento.
“Os microrobôs efetivamente reduziram a carga bacteriana, diminuindo substancialmente a mortalidade animal com toxicidade insignificante. Os achados destacam as funções dos microrobôs híbridos de algas-nanopartículas na entrega de terapêuticas aos pulmões, em especial em ambientes de unidades de terapia intensiva”, afirmaram os pesquisadores.
Microrobô de combate a pneumonia (Reprodução: Nature Materials)
A tecnologia foi revestida com membranas de neutrófilos, que ajudaram a neutralizar as moléculas inflamatórias produzidas pelas bactérias causadoras da doença e até pelo próprio sistema imunológico dos camundongos.
Os pesquisadores estimaram que os microrobôs poderiam carregar uma dose de antibiótico equivalente à de 3000 injeções intravenosas, o que comprova a eficiência desse tratamento,
Agora, a equipe de cientistas fará mais pesquisas sobre como os microrobôs interagem com o sistema imunológico. Testes em animais maiores se seguirão e, finalmente, em humanos.
O trabalho é um esforço conjunto entre os laboratórios dos professores de nanoengenharia Joseph Wang e Liangfang Zhang.
“Nosso objetivo é fazer a entrega de drogas direcionadas em partes mais desafiadoras do corpo, como os pulmões. E queremos fazê-lo de uma forma que seja segura, fácil, biocompatível e duradoura”, afirmou Zhang.
“Esses resultados mostram como a administração direcionada de drogas combinada com o movimento ativo das microalgas melhora a eficácia terapêutica”, complementou Wang.
Foto destaque: Desenho de pulmões humanos: Reprodução/G1