Nesta quinta-feira (21) a Polícia Federal anunciou o indiciamento de 37 pessoas por tentativa de golpe de Estado. Entre os indiciados está o ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, que de acordo com a investigação estaria ciente das movimentações com objetivo de manter o governo, apesar do resultado eleitoral. Bolsonaro também é investigado em três casos, que são: a venda das joias sauditas, a fraude nos cartões de vacina e a investigação pela tentativa de golpe de Estado.
As joias sauditas
Uma das investigações que relacionam o ex-presidente Jair Bolsonaro é a que envolve as joias sauditas que foram recebidas como presente do governo da Arábia Saudita, durante seu governo. Pelas regras, todo presente recebido por um presidente da República no exercício do cargo é considerado um patrimônio da União, porém as investigações apontam que Bolsonaro tentou adicionar as joias ao patrimônio pessoal.
As joias teriam sido levadas para a Flórida, nos Estados Unidos, para serem negociadas e vendidas. De acordo com a Polícia Federal, os recursos da venda poderiam ser utilizados para manter financeiramente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos e protegê-lo de eventuais consequências de um golpe de Estado.
Fraude em cartão de vacina
Bolsonaro também é investigado por uma fraude no cartão de vacina. Como parte da comunicação do ex-presidente durante a pandemia de Covid-19, ele afirma que nunca tomou a vacina contra a doença, porém há um documento que afirma que Bolsonaro teria sido imunizado.
De acordo com a Polícia Federal, o ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid teria ajudado a fabricar a documentação para Bolsonaro e outras pessoas próximas, permitindo que ele pudesse viajar para os Estados Unidos, caso o país exigisse a vacinação. Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022, dois dias antes da posse de Luís Inácio Lula da Silva. Para a PF, a viagem serviria para evitar que Bolsonaro fosse associado aos atos golpistas que ocorreram em Brasília em 8 de janeiro de 2023.
Próximos passos
Atualmente o procurador-geral da República, Paulo Gonet, está analisando os casos e há um entendimento na PGR que ele possa apresentar uma denúncia unindo os casos. Para os investigadores, os casos se associam por estarem ligados ao mesmo grupo de pessoas, o que sustenta as possibilidades de estarem ligados.
Após a denúncia, o caso será encaminhado ao STF e o tribunal será responsável, por decidir se os indiciados devem se transformar em réus, dando início a um julgamento formal.