Saiba 5 atitudes que diferenciam um acumulador de um colecionador

Bianca Aristides Por Bianca Aristides
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Em algum momento você já colecionou alguma coisa da qual amava muito, seja na infância ou na vida adulta: CDs, blusas, ingressos, álbuns, figurinhas, objetos raros ou ligados a temas de filmes ou do seu cantor favorito. Seja qual for seu hábito e ‘paixão’ em colecionar saiba que existe uma diferença e um limite de: um colecionador para um acumulador!

E, por vezes, ao manter o hábito de reunir muitos objetos alguns indivíduos podem ser confundidos com acumuladores e é importante saber identificar os dois com cuidado. Colecionar seria fortalecer seu hobby, manter uma busca de organização e prazer. Já o transtorno mental de acúmulo, pode ser perigoso, provoca problemas de saúde e de convivência com amigos e familiares. 

O psiquiatra do Hospital Santa Lúcia Norte e membro titular da Sociedade Brasileira de Psiquiatria, Fábio Aurélio Leite, explicou para Metropolis, quais são as diferenças, confira abaixo:


Coleção. (Foto: Reprodução/Pexels)


1 – Apreço aos objetos (consciente)

O primeiro ponto para diferenciar um colecionador de um acumulador é perceber a forma que eles lidam com seus objetos e, se existe uma consciência trás de cada compra de suas coleções, a forma que ele trata seus itens, limpando e emoldurando é uma das essências dos colecionadores o ‘zelo’.

Os acumuladores, no entanto, juntam de tudo sem um limite, até em objetos que não tem um valor. “Os objetos não oferecem utilidade para eles. Ou até oferecem, como uma panela, por exemplo, mas ficam jogados em casa. Geralmente, os acumuladores compram vários itens do mesmo objeto e vão juntando e entulhando de forma patológica”, explica o médico.

2 – Capacidade de se desfazer deles (libertação)

A capacidade de se libertar de um item se desfazendo seja doando ou vendendo é necessária! Um colecionador é cauteloso e prudente, dessa forma, por exemplo quando percebe algo repetido ele buscar trocar, vender ou desapegar com mais facilidade sem se sentir mal. Assim, os acumuladores se sentem presos como se fosse uma perda gigante deixando-os aflitos e presos em um ciclo vicioso. “Afinal, muitos se sentem sozinhos. Os objetos dão a eles uma sensação de propriedade, de poder, são uma espécie de autoafirmação no mundo. É onde essas pessoas se apoiam, por isso é tão complicado”, ressalta Fábio Aurélio.

3 – A forma de organização (cuidado)

Outro hábito dos colecionadores são a forma de organizar e catalogar, geralmente, eles reúnem os objetos em guarda-roupas, estantes e em cômodos. Sempre zelando e tendo um cuidado ao montar o seu acervo e evitando também itens repetidos. 

Porém, os indivíduos que possuem transtorno de acumulação, acabam perdendo a noção de tudo, deixando o ambiente desorganizado e sujo. “Tem casos que chegam a um ponto tão extremo que os vizinhos começam a sentir um cheiro ruim, ficam incomodados e angustiados com a situação da casa e da pessoa”, acrescenta o psiquiatra.

E, assim, sem perceber surge o acúmulo de poeira, sujeira e, até mesmo, de insetos como baratas, por consequência, chamando a atenção dos vizinhos que chamam a família, a prefeitura e vigilância sanitária dependendo do caso. 

4 – Representação 

Um colecionador se auto identifica! Ele é orgulho, muitos participam de grupos de colecionadores sendo membros com carteirinhas. Todavia os acumuladores não conseguem se definir sem se reconhecer em algum segmento. “O indivíduo não consegue perceber que está vivendo naquela situação, perdendo total noção do que é inadequado e até perigoso”, diz Fábio Aurélio.

5 – Interações sociais

Um exemplo, de interação social são as figurinhas da Copa do Mundo, os colecionadores de animam e se reúnem para conversar e trocar. “As coleções são altamente sociais, pois existem encontros com outros colecionadores. É uma atividade que visa venda e troca, então o colecionador está sempre com outras pessoas”, detalha o médico.


 

Coleção de moedas. (Foto: Reprodução/Pexels)


Os acumuladores se diferenciam ao se isolaram, a obsessão por juntar coisas, impede o convívio com amigos e familiares, principalmente, nos mais velhos. O médico pontua que, ao identificar o quadro, a família é fundamental que a família insista em tratamentos. “Empatia e paciência, além de ações que tirem o paciente de casa – como sair para ver um filme, almoçar fora, encontrar amigos -, são igualmente essenciais para o tratamento”, ressalta.

Por fim, em casos graves de acumulação, os profissionais chegam a indicar terapias para o cognitivo-comportamental, psicoterapia, além de medicamentos antidepressivos e antipsicóticos, dessa forma, é necessário sempre um acompanhamento da família e de um profissional especializado para ajudar na evolução. 

Foto destaque: Coleção. Reprodução/Pexels

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