Especialistas apontam a importância da vacina HPV na prevenção de seis tipos de câncer

Afernandes Por Afernandes
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Recentemente, foi realizado o 19º Seminário Latino-Americano de Jornalismo em Ciência e Saúde, que aconteceu em Buenos Aires, na Argentina.  Especialistas em ginecologia infantil e adolescente de todo o mundo reuniram se para debater a importância da prevenção do HPV, através do uso da vacina. De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o HPV é o maior responsável por alguns tipos de câncer dentre eles estão: colo de útero, vulva, vagina, peniano, anal e orofaringe. Segundo a entidade, cerca de quatro mulheres morrem por ano vítimas de câncer de útero e de colo do útero relacionados ao HPV. Mesmo a ciência tendo avançado na vacina, tratamento e prevenção, a quantidade de vítimas cresce vertiginosamente.


A importância da vacinação da HPV (Foto: Reprodução/Agência Brasil)


“É uma enfermidade oculta, que se esconde. As pessoas acham que tem a ver com promiscuidade, que o vírus passa de acordo com a quantidade de parceiros sexuais do paciente. Mas não é necessariamente assim, basta um parceiro infectado. Por essa vergonha, muitas mulheres deixam de fazer os exames preventivos e procurar atendimento quando percebem os primeiros sintomas”, afirma a médica Andrea Schilling, especialista em ginecologia infantil.

Um dos pontos debatidos no encontro foi a importância da imunização em adolescentes antes que tenham contato com o vírus, ou seja, antes de iniciar uma vida sexual ativa. Evitando que o vírus se multiplique quando os pacientes forem contaminados. De acordo com os dados expostos no congresso, estima-se que uma em cada duas pessoa já teve, tem ou terá contato com o vírus até o fim da vida. Apesar de a recomendação atual ser de imunizar apenas o grupo considerado de risco (meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos), os especialistas presentes neste encontro defendem que todas as mulheres recebem a vacina em qualquer momento de sua vida, mesmo não sendo um plano viável economicamente. Em junho, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) lançou um posicionamento onde defende que os ginecologistas brasileiros passem a recomendar a vacina a todas as mulheres com menos de 45 anos. Em pacientes que já tiveram lesões provocadas pelo HPV, o imunizante diminui em até 80% as chances do reaparecimento.

“Esse posicionamento da Febrasgo com uma recomendação ativa aos ginecologistas é um marco, já que a vacinação contra o HPV é importante, independentemente de a paciente já ter tido ou não algum contato ou infecção pelo vírus, para prevenir cânceres como o de colo de útero, vulva, vagina e ânus, além de verrugas genitais, a infecção sexualmente transmissível mais comum em todo o mundo”, afirmou a médica Márcia Datz Abadi.

Causas e sintomas

O HPV é transmitido principalmente por contato sexual. A maioria das pessoas é infectada logo após o início da atividade sexual. Trata-se de uma infecção que causa verrugas em diversas partes do corpo, dependendo do tipo do vírus. Muitas vezes o uso camisinha não é o suficiente para prevenir a contaminação. Os sintomas podem incluir verrugas nos órgãos genitais ou na pele circundante. Os mais comuns são coceira, câncer cervical, verruga ou verruga genital. O vírus do HPV é o principal responsável pelo câncer de colo de útero em mulheres e de orofaringe em homens.

 

Foto destaque: Vacinação da HPV. Reprodução/Agência Brasil

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