Selena Gomez diz que remédios para bipolaridade dificultam gravidez. Isso é verdade?

Editoria Imag Por Editoria Imag
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A cantora Selena Gomez despertou a solidariedade dos fãs ao compartilhar, há poucos dias, que sonha em ser mãe, mas tem dificuldades para engravidar por causa de seu tratamento psiquiátrico. A artista, hoje com 30 anos, toma remédios para o transtorno bipolar que, segundo ela, podem impedir uma gestação. Ela chegou a mencionar que pensa, inclusive, em recorrer a uma “barriga de aluguel”. O depoimento de Selena, no entanto, também gerou dúvidas em muitas pessoas que não conhecem a relação entre as os remédios psiquiátricos e a fertilidade. 

O médico Dr. Alessandro Schuffner, especialista em reprodução assistida, explica que alguns medicamentos psiquiátricos podem realmente diminuir a fertilidade da mulher. Já nos homens, as mesmas drogas não costumam causar alterações na capacidade reprodutiva. De acordo com Dr. Alessandro, alguns antidepressivos, ansiolíticos e antipsicóticos provocam, como efeito colateral, uma alta nos níveis do hormônio prolactina, associado à produção de leite materno. Em níveis elevados, a substância impede a ovulação normal, o que pode levar inclusive à infertilidade.

Contudo, é importante salientar que não se deve interromper tratamentos psiquiátricos caso se deseje engravidar. Dr. Alessandro Schuffner destaca que problemas de saúde mental podem causar transtornos ainda maiores uma vez que a mulher engravide. Por essa razão, é importante que os medicamentos estejam sendo tomados na dose certa no momento em que se tenta uma gestação.

Há, no entanto, algumas alternativas para a mulher em tratamento psiquiátrico que deseja gerar um bebê, como explica o especialista. A primeira delas é buscar um medicamento diferente, que não interfira na fertilidade. O médico observa, ainda, que nesse contexto também é preciso tomar cuidado com remédios que causam problemas para o feto. (Um exemplo é a talidomida, que foi usada como antidepressiva, mas provoca malformações). “É importante ver se existe outra droga segura no mercado. Senão, corremos atrás de outras formas para fazer a mulher engravidar sem que ela interrompa o tratamento psiquiátrico”, conclui.

Foto Destaque: Reprodução

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