O governo de Pequim, na China, anunciou o fechamento de shoppings, parques e museus nesta terça-feira (22). A aplicação dessas medidas mais severas se deu a partir da testagem em massa para a Covid-19, realizada em todo o país. O aumento de casos do Coronavírus, nesse contexto, traz preocupações relacionadas à situação econômica, além de reduzir as esperanças de uma reabertura no país.
O Sistema Nacional de Saúde detectou, nesta segunda-feira (21), 28.127 novos casos na China, um valor próximo àquele do pico diário do mês de abril. As cidades de Guangzhou, no sul, e Chongqing, no sudeste responderam por quase metade do valor total. Assim, o número de contaminados com a Covid-19 ultrapassou a marca de 20 mil pelo sétimo dia seguido.
Na capital da China, os casos continuam batendo recordes diários. Este cenário fez com que o governo de Pequim voltasse com os pedidos aos moradores que ficassem em casa e, também, da exigência de um teste negativo para a Covid-19, feito em até 48 horas de antecedência, para a entrada em prédios públicos.
A nova onda de infecções surgiu no momento em que o governo chinês começava a flexibilizar a política de Covid zero, em que algumas restrições severas como os bloqueios e as testagem em massa haviam acabado de ser aliviadas. A China, mesmo com a flexibilização e o ajuste das restrições, está mantendo grandes blocos populacionais em isolamento social e as fronteiras fechadas.
Vacina da Covid-19 (Reprodução/ Fiocruz)
As primeiras mortes por Covid-19 em quase seis meses aconteceram durante este final de semana – três pessoas morreram no total, duas sábado e uma no domingo. Nesta segunda, mais dois óbitos foram confirmados. A cidade de Xangai, assim como Pequim, exigiu que, em sete de seus distritos, locais culturais e de entretenimento fossem fechados após relatar quase novos 50 casos.
As novas medidas adotadas para a contenção da nova da doença preocupou o grupo dos investidores, o que pesou nas ações e fez com que analistas reduzissem a previsão do crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB). Em décadas, a economia chinesa atravessa uma das mais lentas taxas de crescimento: a bolha imobiliária estourou, o nível de desemprego entre a população jovem bateu recordes e o setor privado foi paralisado pela Covid.
O grupo dos investidores estava esperançoso por uma melhora significativa com a flexibilização do governo, mas a reabertura total necessitaria de um grande esforço de vacinação e uma mudança estratégica da contenção das infecções.
As autoridades, como resposta, disseram que planejam construir maiores capacidade hospitalar e clínicas de febre, para que pacientes sejam rastreados, e que uma campanha de vacinação está sendo formulada.
Como a população chinesa está “segurando” o dinheiro por receio de futuros possíveis bloqueios, as empresas voltadas para serviços direcionados aos clientes temem não sobreviver até o ano de 2023.
Foto destaque: Pessoas esperando para fazer o teste de Covid-19. Reprodução/ CNN.