Câmeras escondidas e voyeurismo ilegal pode causar danos mentais às vítimas

Editoria Imag Por Editoria Imag
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Um crime vem sendo divulgado nas mídias de todo o Brasil: a descoberta de câmeras escondidas em quartos de motel, hotéis entre outros estabelecimentos, expondo a intimidade de casais e movimentando um mercado ilegal da venda destes vídeos e de fotos pela internet.

Uma violação que provoca o crescimento da comercialização clandestina de imagens íntimas de pessoas que, se quer imaginam que estão sendo filmadas em seu momento de intimidade.

Uma coisa é certa, o avanço tecnológico e a grande oferta de possibilidades de ações e atividades nas redes sociais, vem demonstrando que o compartilhamento de imagens (fotos) ou vídeos íntimos, cresceu em mais de 50% nos últimos 2 anos.

No entanto, a prática de Sexting é perfeitamente normal, pois é uma forma de expressão onde o principal objetivo é a obtenção máxima do prazer através do movimento exibicionista ou do Voyeurismo saudável, motivado pelo desejo erótico.

Porém, essa expressão e exposição não é permitida sem que haja o consentimento do outro. Quando essas imagens são divulgadas sem autorização, transformam-se em um crime de cunho sexual, caracterizando assim o que chamamos de estrupo virtual ou Voyeurismo agressivo.

Uma violência real que expõe o outro e que fere a intimidade alheia do indivíduo, seja homem ou mulher, além de provocar sérios danos emocionais para a vítima que se descobre personagem do material vazado.

E quais seriam as consequências desta exposição íntima?

Infelizmente, o compartilhamento indevido de fotos ou vídeos pode levar a pessoa a um adoecimento mental tão severo, despertando sintomas característicos de ansiedade generalizada, depressão, alucinações, fobias intensas e até mesmo o suicídio.

Inclusive, relatos atestam que, muitas pessoas já atentaram contra a própria vida, por sofrerem essa violência e não serem capazes de conseguir lidar com os efeitos de uma exposição não consentida. Ou seja, impactos psicológicos que podem se tornar irreparáveis, caso não haja uma intervenção e acompanhamento de um profissional de saúde mental, além do acolhimento de uma rede de apoio preparada e estruturada para amparar essas vítimas.

Sem sombra de dúvidas, esse vazamento indevido e sem consentimento gera um impacto negativo na estrutura emocional, provocando a sensação de constrangimento, vergonha e humilhação da vítima, uma vez que atinge a honra e arrasa sua saúde mental e psíquica.

O grande gatilho motivador do adoecimento psicológico é a desapropriação do corpo da pessoa que teve sua intimidade exposta, já que ela deixa de ter o controle de onde aquelas imagens irão chegar.

É um abuso mental de grande intensidade, pois na cabeça de quem o sofre, seu corpo não mais lhe pertence, ele passa a ser escravo e objeto do desejo alheio. Uma sensação próxima de um abuso sexual, mesmo que não haja o contato físico. Um ato desumano que integra a cultura do estupro.

Um verdadeiro trauma que interfere na construção da autonomia, da segurança, do amor próprio e da autoestima do indivíduo.

Enfim, todo cuidado é pouco ao se hospedar ou frequentar lugares mais íntimos. A blindagem e cautela são primordiais para não cair em armadilhas. Lembrando que não podemos nos calar, é preciso denunciar esses abusos.

Psicanaliticamente, a superação do trauma passa por um processo terapêutico de reconstrução da dignidade e restauração da autoconfiança.

É possível ressignificar a dor, harmonizando e usufruindo de um equilíbrio interior mais adequado e preciso, através de um trabalho mental de autoconhecimento que contribua de forma a trazer leveza, segurança e estabilidade emocional para o indivíduo, apesar do vazamento de vídeos íntimos ou fotos sem consentimento, ferir a intimidade e expor o corpo e a alma da vítima.

A grande sabedoria é ter um olhar mais atento, focado e livre de ingenuidades e carências que podem levar ao encontro de armadilhas virtuais ou reais.

Foto Destaque: Reprodução

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