Confira como foi a posse de Lula neste 1º de janeiro

Alexandre Muniz Por Alexandre Muniz
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O petista assumiu seu terceiro mandato após os resultados das urnas em 30 de outubro, quando venceu Jair Bolsonaro (PL) por 50,90% a 49,10% dos votos

Na tarde deste domingo 1º de janeiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi empossado como presidente da República no seu terceiro mandato, juntamente a seu vice, Geraldo Alckmin, durante a sessão solene no Congresso Nacional.

Mais cedo Lula, a primeira-dama, Janja, Alckmin e Lu Alckmin desfilaram em carro aberto pela Esplanada dos Ministérios, seguindo na direção do Congresso Nacional. Após a chegada, a comitiva foi recebida pelos presidentes da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), dando em seguida início a cerimônia de posse.

A sessão no Congresso foi comandada por Pacheco, e o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin fizeram o juramento de cumprir a Constituição, assinando em seguida os seus termos de posse. Em seguida, Lula fez seu primeiro pronunciamento como presidente empossado, enfatizando que reconstruirá o Brasil juntamente a população brasileira:

O mandato que recebemos, frente a adversários inspirados no fascismo, será defendido com os poderes que a Constituição confere à democracia. Ao ódio, responderemos com amor. À mentira, com verdade. Ao terror e à violência, responderemos com a Lei e suas mais duras consequências“, falou.

Sob os ventos da redemocratização, dizíamos: ditadura nunca mais! Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer: democracia para sempre!“.

Após tomar posse Lula, Alckmin e Pacheco retornaram ao Rolls Royce no qual estavam fazendo o trajeto. Por volta das 16:50h eles chegam à rampa do Palácio do Planalto, onde um público de até 40 mil pessoas os aguardavam para acompanhar o evento.

Sem o ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula subiu a rampa do Planalto e fez a passagem de faixa com representantes de grupos sociais, entre eles estavam: Francisco, 10 anos, morador de Itaquera (SP); Cacique Raoni, 93 anos; Wesley Rocha, 36 anos, metalúrgico; Aline Sousa, 33 anos, catadora; Murilo Jesus, 28 anos, professor; Ivan Baron, que tem paralisia cerebral; Jucimara Santos, cozinheira; e Flávio Pereira, 50 anos, artesão. A cachorra Resistência de Lula e Janja também esteve presente na subida.


Lula subindo a rampa do Palácio do Planalto junto a representantes dos muitos grupos sociais brasileiros (Foto: Reprodução/Jovem Pan)


Lula, em discurso logo após receber a faixa presidencial e se tornar o 39º presidente da República, relembrou os momentos em que esteve preso, se emocionou ao comentar sobre as pessoas que passam por fome e insegurança alimentar grave, reafirmou seu compromisso no enfrentamento das desigualdades exorbitantes no país, e disse que vai governar pelos 215 milhões de brasileiros, não somente para quem votou nele.

O presidente ainda abriu seu discurso lembrando dos militantes que iam cumprimentá-lo no período em que esteve preso:

Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro, representado pela Vigília Lula Livre, num dos momentos mais difíceis da minha. Hoje, neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a vocês não poderia ser outra, tão singela e tão cheia de significado. Boa tarde, povo brasileiro.”

Enfatizou que o povo brasileiro quer e precisa da paz:

Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz. A disputa eleitoral acabou. […] Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma grande nação. Somos todos brasileiros e brasileiras e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca, ainda que arranquem nossas flores – uma por uma, pétala por pétala. Nós sabemos que sempre é tempo de replantio e que a primavera há de chegar. E a primavera chegou


Lula já empossado logo após receber a faixa presidencial de representantes da poupulação brasileira (Foto: Reprodução/Evaristo Sa/AFP)


Disse que o combate a fome e as desigualdades serão a marca de seu governo, e se emocionou ao falar sobre as populações em situações críticas no Brasil:

Quando digo ‘governar’, quero dizer ‘cuidar’. Mais que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do povo brasileiro. Nesses últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando o lixo em busca de alimento para seus filhos, famílias inteiras dormindo ao relento – enfrentando o frio, a chuva e o medo –, crianças vendendo bala e pedindo esmola enquanto deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a quem têm direito, trabalhadores e trabalhadoras desempregados exibindo nos semáforos cartazes de papelão que nos envergonham a todos ‘por favor, me ajuda“.

Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande marca do nosso governo. Desta luta, fundamental, surgirá um país transformado, um país grande e próspero, forte e justo, um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário que não deixará ninguém para trás. […] Reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo aqueles que mais necessitam, e acabar outra vez com a fome neste país.”, completou o presidente Lula.

Foto destaque: Lula assumiu seu terceiro mandato hoje 1º de janeiro de 2023, aos 77 anos Reprodução/Ricardo Stuckert/Revista Forum

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