Testosterona e Obesidade: Veja a relação e como combater obesidade e sobrepeso

Heloisa Santos Por Heloisa Santos
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O mundo de hoje está obeso! Os indivíduos que estão acima do peso já são maioria no Brasil e em grande parte dos países ocidentais.

A grande oferta de comida industrializada e o desestímulo a prática de atividade física, proporcionado pelo avanço tecnológico, são os pilares mais importantes para o crescimento da obesidade. No entanto, existem outros fatores como a ausência de exercícios e também a relação entre obesidade e testosterona.

A obesidade afeta homens e mulheres igualmente. Mas você pode se surpreender ao saber que os homens carregam um fardo particular, já que a obesidade afeta especialmente os hormônios masculinos, a sexualidade e a saúde da próstata. A testosterona é o principal hormônio masculino.

O médico nutrólogo e endocrinologista Dr. Ronan Araujo explica que a gordura visceral está diretamente associada à produção de testosterona e vitalidade, ou seja, as pessoas com uma maior quantidade de gordura visceral, tendem a ter desequilíbrios hormonais e níveis reduzidos de qualidade de vida.

Dessa forma, é possível perceber que muito obesos apresentam sintomas da deficiência de testosterona, tais como menor resistência física, massa muscular diminuída, desinteresse sexual, ginecomastia (aumento mamário nos homens), redução de pelos e má qualidade do sono, independente da idade em algumas ocasiões.

Uma das explicações mais plausíveis para este mecanismo, é o aumento da conversão de testosterona em estradiol, processo chamado de aromatização, que acontece de forma eficaz dentro dos adipócitos (células de gordura).

Tanto a gordura visceral, quanto a gordura subcutânea, estão associadas a alterações do perfil hormonal em homens e mulheres. Enquanto as mulheres obesas, tem excesso de hormônio masculino, os homens obesos ficam recheados de estrógenos (hormônios femininos). 

E não é segredo que a obesidade faz mal à saúde. O Dr. Ronan Araujo comenta que o excesso de gordura corporal aumenta os níveis de colesterol LDL (“ruim”) e triglicerídeos, ao mesmo tempo, em que reduz os níveis de colesterol HDL (“bom”). A obesidade prejudica a capacidade de resposta do corpo à insulina, elevando os níveis de açúcar no sangue e insulina. Mas a obesidade faz mais do que produzir números ruins: ela também leva a problemas de saúde, aumentando o risco de ataque cardíaco, derrame, hipertensão, diabetes, cálculos biliares, câncer, osteoartrite, apneia obstrutiva do sono, fígado gorduroso e depressão. Em suma, a obesidade é uma assassina; na verdade, a obesidade e a falta de exercício são responsáveis por cerca de 1.000 mortes diárias, se as tendências atuais continuarem, logo ultrapassarão o tabagismo como as principais causas evitáveis de morte.

A obesidade moderada está relacionada com uma redução significativa da testosterona total devido ao aumento da resistência à insulina ligada à globulina de ligação ao hormônio sexual. A obesidade mais severa também se associa a níveis baixos da testosterona livre em razão da supressão do eixo HPT. A deficiência na testosterona acarreta no aumento de gordura corporal, criando um círculo vicioso de problemas metabólicos.

“Além de representar desafios sociais e ambientais significativos, a obesidade está associada a uma infinidade de resultados adversos à saúde, incluindo doenças cardiovasculares, apneia do sono, osteoartrite, aumento do risco de certos tipos de câncer e, nos homens, níveis reduzidos de testosterona.” alerta Ronan Araujo.

Tratamento contra obesidade e reposição hormonal com testosterona

Quando se trata de emagrecimento, é importante analisar todas as áreas para que o processo seja realizado de maneira saudável e efetiva. Envolve desde mudança de hábitos e mentalidade, análise de níveis hormonais, composição corporal e até a compreensão da biologia da obesidade e seu perfil metabólico. Tudo isso precisa ser considerado para que o emagrecimento aconteça da melhor forma possível, sem riscos à saúde. Assim, é fundamental procurar por orientação especializada para alcançar os resultados desejados.

O tratamento da obesidade pode ser feito com dieta para emagrecer e com a prática regular de exercícios físicos, ou até mesmo com uso de remédios indicados pelo médico para ajudar a reduzir o apetite e a compulsão alimentar.

A reposição hormonal com testosterona, por exemplo, regula o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, e a terapia com testosterona em homens com deficiência de testosterona resulta na normalização da utilização de glicose e aumento da oxidação lipídica. Além disso, a terapia com testosterona melhora a função erétil e aumenta o vigor e reduz a fadiga, promovendo com isso uma melhor disposição para realizar exercícios. 

Vem sendo também muito eficaz um tratamento para a obesidade através de uma molécula chamada semaglutida 2,4mg, que inicialmente era utilizada para o tratamento de Diabetes Tipo 2. Tratamento injetável aplicado semanalmente. A semaglutida age estimulando a produção de insulina pelo pâncreas, o que permite reduzir os níveis de açúcar no sangue, além agir em áreas do cérebro envolvidas na regulação do apetite e promover a saciedade, fazendo com que se tenha uma redução da quantidade de calorias ingeridas diariamente e, por isso, este medicamento também ajuda no emagrecimento, nos casos de obesidade ou sobrepeso.

Qualquer tratamento contra a obesidade deve ser acompanhado por uma orientação e um acompanhamento médico. A reposição hormonal, por exemplo, pode auxiliar no controle do peso, mas é importante que seja feita sob supervisão para garantir os melhores resultados possíveis. “Além disso, o tratamento precisa ser adaptado às necessidades individuais de cada paciente, pois o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. É importante buscar orientação profissional para garantir o sucesso do tratamento.” finaliza o Dr. Ronan Araujo.

Foto Destaque: Reprodução

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