Criadores de vídeos no YouTube criticaram nas redes sociais as desmonetizações arbitrárias por linguagem imprópria, obrigando a empresa a rever as falhas em suas diretrizes
A nova política de desmonetizar vídeos com linguagem imprópria ou xingamentos no YouTube foi anunciada em novembro do ano passado. Nas últimas semanas muitos criadores de conteúdo na plataforma criticaram a mudança inesperada; com isso a empresa indica que vai mudar essa diretriz em breve.
Michael Aciman, porta-voz do YouTube, tentou tranquilizar os criadores: “Nas últimas semanas, ouvimos muitos criadores sobre essa atualização” … “Esse feedback é importante para nós e estamos fazendo alguns ajustes nesta política para atender às suas preocupações. Entraremos em contato em breve com nossa comunidade de criadores assim que tivermos mais para compartilhar.”
Segundo a reportagem do The Verge, a repressão do YouTube à palavrões é apenas uma parte do conjunto de regras estabelecidas na plataforma para que os vídeos sejam mais “adequados para anunciantes”. No que diz respeito a postagens com linguagem impropria nos primeiros 15 segundos de vídeo, eles podem não se qualificar para passar anúncios durante suas reproduções, e os que tiverem palavrões nos primeiros 7 segundos podem ser desmonetizados.
Algumas questões se destacaram entre as reclamações dos criadores de conteúdo, como a definição em si do que o YouTube entende como linguagem chula; ou seja, nas regras atuais da plataforma não existe distinção entre chamar uma pessoa de “idiota” ou de “filho da p…”. Outro problema constantemente relatado é que o YouTube já está aplicando as regras em vídeos antigos, não dando a chance para que os criadores adaptem suas produções as novas diretrizes da plataforma.
RTGame, produtor de conteúdo no site, publicou um vídeo relatando que foi devastador ver suas postagens antigas de 1 ou 2 anos atrás perdendo a monetização e por consequência o alcance. “Não acho exatamente justo punir vídeos mais antigos que foram feitos antes de as regras entrarem em vigor”, afirmou o youtuber LS Mark.
“Eu só descobri isso no início de janeiro e foi apenas porque um vídeo meu foi desmonetizado e as pessoas no Twitter me falaram sobre a política.”, reclamou SungWon Cho, o ProZD, sobre problemas também na comunicação da empresa, ao não deixar claro as mudanças aos criadores. “O YouTube absolutamente não comunica grandes mudanças como essa de maneira eficaz, e é irritante”, desabafou ProZD.
Susan Wojcickj, CEO do YouTube (Foto: Reprodução/Channel360)
Cho ainda disse que está tendo problemas até para saber quais de seus vídeos estavam sendo afetados. “É difícil dizer exatamente quantos perderam a monetização devido a essa nova mudança de política especificamente.”
Como foi observado pelo The Verge, os criadores reclamam que o YouTube não notifica quando um vídeo violou as suas diretrizes, e agravam a situação ao também não aplicarem as novas regras de forma transparente. “O que é desmonetizado é completamente arbitrário”, disse LS Mark. “Eu tive vídeos remonetizados apenas para serem desmonetizados novamente no dia seguinte, é um estresse constante para se preocupar.”
Esses e outras críticas ao YouTube podem acabar gerando graves problemas, já que produtores de conteúdo começam a questionar sua presença na plataforma. “Eu já sabia que o YouTube não é um lugar estável para obter uma renda consistente”, falou LS Mark. “Tenho tentado colocar meus ovos em várias cestas para ver o que mais pode funcionar, e isso definitivamente solidifica isso em minha mente.”
Foto destaque: Um dos modelos da logo do YouTube Reprodução/Warp Media