A Comissão de Ética da Câmara dos Deputados dos EUA anunciou, nesta quinta-feira (2), a abertura de uma investigação sobre o deputado George Santos, republicano filho de brasileiros que admitiu ter mentido no próprio currículo.
Gabinete do deputado respondeu à Reuters, na conta parlamentar no Twitter, que Santos era “cooperando totalmente com a investigação”.
Deputado George Santos. (Reprodução/Wande Vandervort/AFP)
George Santos admitiu, no primeiro mandato no estado de Nova York, que forjou uma grande parte do currículo. O congressista afirmou ter diplomas da New York University e do Baruch College, mas as instituições negaram ter registro da participação de Santos, e também alegou falsamente ter trabalhado no Citigroup e na Goldman Sachs.
O corpo, formado por 10 membros, divididos igualmente entre republicanos e democratas, votou unanimemente, na terça-feira (28), pela criação de uma subcomissão investigativa para investigar se o deputado se envolveu em atividades ilegais na campanha, não divulgou de forma adequada as informações exigidas nas declarações da Câmara, violou leis federais sobre o próprio papel em uma empresa financeira e se envolveu em má conduta sexual em relação ao assessor do Congresso, Derek Myers, que trabalhou no gabinete de Santos na Câmara.
Myers, segundo o Washington Post, disse que, no mês passado, foi assediado sexualmente pelo republicano e teria apresentado queixa ao Escritório de Ética do Congresso. Ele também afirmou que divulgaria as evidências à Comissão de Ética se não fosse chamado.
A subcomissão será formada por quatro membros, dois democratas e dois republicanos, e será liderada pelo deputado David Joyce, republicano de Ohio. Foi solicitado, por dois legisladores democratas de Nova York, pela primeira vez uma investigação ética em janeiro, e uma quantidade significante de colegas republicanos de Santos apoiaram a medida.
Kevin McCarthy, deputado republicano e presidente da Câmara, atribuiu o destino de Santos no Congresso aos resultados de uma investigação ética na Câmara. O presidente, ao contrário dos colegas republicanos de Santos e certas autoridades republicanas locais em Nova York que tentaram solicitar Santos a renunciar, disse que não o pressionaria a fazê-lo, mas prometeu que a Câmara “agiria” se a Comissão Ética encontrasse um motivo para isso.
Foto destaque: Congressista George Santos na Reunião Anual de Liderança da Coalização Judaica Republicana (RJC) em Las Vegas, em novembro de 2022. (Reprodução/David Becker/Washington Post)