Alemanha inicia fechamento das últimas três usinas nucleares do país

Lucas Quirino Por Lucas Quirino
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A maior economia da Europa, Alemanha, concluiu, nesse sábado (15), o projeto que possui mais de 20 anos, do abandono da utilização de energia produzida pelas usinas nucleares, como fechamento das 3 últimas usinas em operação no país. A ação faz parte do programa de transição para a energia renovável.

As usinas Isar 2 (sudeste), Neckarwestheim (sudoeste) e Emsland (noroeste) foram desligadas da rede elétrica antes da meia-noite (hora local), conforme previsto. A ação final feita pelo governo alemão havia sido acordada há mais de uma década, e estava sendo observado de perto no exterior.


Usina nuclear Isar 2. (Reprodução/Eder – Shutterstock)


A energia nuclear, ao longo dos anos, se tornou um assunto cada vez mais sensível ao redor do mundo. Décadas de protestos antinucleares na Alemanha, alimentados por desastres em Three Mile Island, Chernobyl e Fukushima, pressionaram vários governos a acabar com o uso de uma tecnologia que os críticos argumentam ser insegura e insustentável.

Diante disso, a partir de agora a principal economia europeia abre um novo capítulo energético, confrontada com o desafio de prescindir dos combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que tenta administrar a crise do gás desencadeada pela guerra na Ucrânia.

A invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022 poderia ter colocado o plano alemão sob risco, visto que a Alemanha, privada do gás russo, temia os piores cenários possíveis, podendo entrar em crise energética sem precedentes. No entanto, o forte inverno se passou sem desabastecimento, e o gás russo foi substituído por outros fornecedores.

Porém, em contrapartida ao que a própria Alemanha está se propondo a fazer, o país ainda é o líder em emissão de CO2 da União Europeia. O carvão continua representando um terço da produção de eletricidade, com um aumento de 8% no ano passado para compensar a ausência do gás russo, conforme expõe o Correio do Povo.

Ainda de acordo com o portal, a Alemanha prefere se concentrar na meta de suprir 80% de suas necessidades de eletricidade com energia renovável até 2030 e fechar suas usinas de carvão até 2038. Nesse sentido, o país tem que “pisar no acelerador” em matéria de energia eólica onshore, disse à AFP o diretor do centro de pesquisa Agora Energiewende, Simon Müller, especializado em transição energética. Ademais, segundo o chanceler alemão, Olaf Scholz, será necessário instalar de quatro a cinco aerogeradores por dia nos próximos anos para cobrir as necessidades.

 

Foto Destaque: Bandeira da Alemanda. (Reprodução/Pixabay)

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