O Ministério da Saúde defende a taxação de alimentos ultraprocessados e muito artificais na nova reforma tributária.
Na última quinta-feira (20), durante a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, a equipe do ministério defendeu uma taxação maior de produtos nocivos à saúde como cigarros, álcool e alimentos ultraprocessados. Essa decisão foi tomada porque nos últimos anos esses produtos passaram a ter um valor menor do que dos alimentos saudáveis, o que incentivou ainda mais o consumo dos ultraprocessados.
A deputada Ana Pimentel (PT-MG) disse que deve informar a população sobre os riscos de certos hábitos de consumo relacionados aos ultraprocessados. “Cabe a nós o desafio de falar que esse tipo de sociabilidade não é produzido pela população, mas por indústrias que comercializam produtos baratos que são nocivos à saúde.”, defendeu a deputada.
O que mais preocupa os especialistas é fato do consumo desses alimentos terem aumentado entre os jovens. Desde 2020 não há uma redução no consumo de tabaco, ou seja, os jovens estão cada vez mais usando. Além disso, o álcool e o tabaco estão associados a doenças não transmissíveis como câncer, diabetes e cardiopatias, segundo Letícia Cardoso, representante da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
Ministério da Saúde defende taxação de alimentos ultraprocessados (Foto: Reprodução/ministeriodasaude)
A Comissão de Saúde fez esse discurso na Câmara dos Deputados porque a casa está estudando a nova reforma tributária. A ideia é substituir cinco impostos sobre consumo, IPI, PIS, Cofins, ICMS e o ISS, por um imposto único, o que facilitaria para as empresas e para a população, deixando o sistema menos burocrático. Porém, um imposto seletivo seria criado para taxar produtos prejudiciais a saúde e ao meio ambiente.
Esse assunto ainda não foi falado pela ministra Nísia Trindade. Porém, deputados e funcionários do Ministério da Saúde já articulam a inclusão da taxação desses alimentos na nova reforma tributária.
Foto destaque: Ministério da Saúde quer taxar alimentos ultraprocessados. Reprodução/câmaradosdeputados
