Shein faz acordo com o governo do Brasil para nacionalizar 85% de suas vendas

Ana Carolina Lara Por Ana Carolina Lara
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A gigante asiática de e-commerce Shein fechou parceria com duas empresas de tecidos mineiras. O acordo, firmado com Coteminas e Santanense, se tornou público na última quinta-feira (20), divulgado pela Springs Global, empresa controladora das fabricantes de Minas Gerais.

A divulgação acontece no mesmo dia em que a Shein anuncia que investirá R$ 750 milhões no país nos próximos anos. A ideia da marca é criar uma rede de fabricantes do setor têxtil no Brasil. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, anunciou que a marca chinesa se comprometeu com o governo brasileiro a nacionalizar 85% de suas vendas nos próximos quatro anos e a acatar as mesmas normas dos portais de comércio eletrônico brasileiros em termos fiscais.

O objetivo da medida é evitar a evasão fiscal. Os clientes receberam com preocupação a notícia, diante da chance de os itens ficarem mais caros. Esse tem sido outro ponto em que o ministro tem insistido, quando menciona que os custos de maior controle tributário para a Shein não serão repassados ​​ao consumidor final.

A ideia da varejista é disponibilizar tecnologia e treinamento aos fabricantes locais, para que eles inovem seus modelos de produção e comecem um formato sob demanda da empresa asiática.


‘Produtos da Shein serão feitos no Brasil’, diz Haddad Foto: reprodução/Romain Doucelin/Hans Lucas/Reuters


A Shein (…) anuncia hoje que fará um grande investimento no Brasil, a fim de tornar o país um polo mais moderno de produção têxtil e de exportação para a América Latina“, diz, em comunicado divulgado na última quinta-feira (20).

Os produtos serão feitos no Brasil. Eles próprios vão dar os números de investimento mais tarde“, disse Fernando Haddad.

Nós queremos investimentos estrangeiros, nós apreciamos o comércio eletrônico, queremos condições competitivas para que nós não prejudiquemos empregos no Brasil e as lojas do varejo brasileiro“.

Haddad explica que o plano de conformidade seguirá o exemplo de países desenvolvidos. “É o que se chama no exterior de digital tax, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação terá sido feita pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional“, justificou.

Foto de capa: Uma das lojas pop-ups da Shein. Reprodução/Bloomberg

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