A empresa OceanGate, responsável pelo submarino Titan, enfrenta a possibilidade de encerrar suas operações devido a dificuldades em quitar suas dívidas, após o trágico acidente que resultou na morte de cinco pessoas durante um passeio aos destroços do Titanic. Felipe Pontes, sócio da consultoria financeira L4 Capital, afirmou que a empresa perdeu sua credibilidade de forma irreversível devido ao acidente e à suspeita de que normas básicas de segurança foram negligenciadas, inclusive após a demissão de um diretor em 2018 que havia questionado a segurança do submersível.
Pontes alerta que há uma alta probabilidade de a OceanGate encerrar suas atividades, pois a empresa pode enfrentar processos legais e multas que podem levar à falência. Segundo dados da plataforma CrunchBase, em 2020, a OceanGate realizou uma rodada de investimentos e conseguiu captar US$ 19,3 milhões (cerca de R$ 92,2 milhões). No entanto, uma análise realizada por Pontes estima que a empresa precisaria realizar 193 expedições para quitar todo o valor captado.
A OceanGate tinha planejado realizar 18 expedições ao local do naufrágio em 2023, sendo que o acidente da última semana foi a primeira tentativa deste ano. As viagens foram comercializadas após a empresa ter realizado mergulhos bem-sucedidos nos anos anteriores. No entanto, o trágico incidente abalou a confiança dos investidores e potenciais clientes, o que coloca em risco a continuidade das operações da empresa.
Submarino. Reprodução/Divulgação/OceanGate
A possível falência da OceanGate teria consequências significativas para a indústria do turismo submarino e para a exploração dos destroços do Titanic. Além disso, destaca a importância das normas de segurança e da responsabilidade das empresas em garantir a proteção de seus passageiros. As autoridades competentes devem investigar a fundo o acidente e tomar medidas apropriadas para evitar que tragédias como essa ocorram novamente no futuro. É fundamental que as empresas do setor turístico priorizem a segurança em todas as suas operações, a fim de proteger a vida e o bem-estar dos passageiros e preservar sua reputação no mercado.
Foto destaque: Submarino Titan, da OceanGate. Reprodução/Divulgação/OceanGate