O aumento no número de casos de febre maculosa tem preocupado os órgãos sanitários do país inteiro nos últimos meses. Apenas o estado de Minas Gerais, por exemplo, já registra 13 casos da doença em 2023. O número pode parecer baixo à primeira vista, mas já acende um sinal de alerta devido à alta taxa de mortalidade.
A veterinária Drª. Valéria Arouche explica que a febre maculosa é uma doença infecciosa aguda e febril causada pela bactéria Ricketsiia rickettsii, transmitida por carrapatos. Se não tratada adequadamente, ela pode evoluir de forma muito rápida, levando o paciente a um quadro grave após 48h, em certos casos.
Os sintomas mais comuns são febre, náuseas, vômitos, cansaço e, em estágios avançados, manchas vermelhas no corpo. Esses sinais podem aparecer de 2 a 15 dias após o contato com o carrapato infectado. A doença também compromete a coagulação do sangue e pode afetar os vasos do cérebro, levando até à morte. Apesar da gravidade, a febre pode ser tratada com antibióticos e curada quando o diagnóstico é feito rapidamente.
Segundo a Dra. Valéria Arouche, embora qualquer carrapato possa transmitir a febre maculosa, a espécie que mais causa a doença é o Amblyomma, conhecido popularmente como carrapato-estrela. Por sua vez, a principal hospedeira desse carrapato é a capivara, embora cavalos e bois também possam ser afetados pelo parasita.
Além de acometer o ser humano, a bactéria causadora da febre também pode infectar os pets. No contexto dos animais de estimação, a veterinária destaca a importância de adotar cuidados regulares para prevenir o contato deles com o vetor da doença. Os cães, principalmente, devem ser inspecionados e escovados com frequência para identificar a presença desses parasitas. Além disso, o uso de produtos como coleiras e comprimidos repelentes de carrapatos também é recomendado.
Caso seja identificado um carrapato em um animal doméstico, a Dra. Valéria aconselha cuidado. Para garantir uma remoção adequada, o ideal é levar o pet a uma clínica veterinária. “Também observe se o animal terá falta de apetite ou apatia. Em caso de qualquer alteração no comportamento, entre em contato com o médico veterinário”, alerta.
A veterinária destaca, ainda, a necessidade de atenção especial aos bichos de estimação que têm acesso a matas, parques e áreas próximas a lagos, onde a presença do carrapato é mais comum. A utilização de carrapaticidas e vassouras de fogo para o controle desses parasitas também é recomendada. De maneira geral, ela ressalta que a melhor maneira de prevenir a febre maculosa — tanto para nós, quanto para os pets — é evitar ao máximo o contato com os carrapatos que transmitem a doença.
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