Com o crescimento das importações de aço chinês pelo Brasil, a Usiminas não reajustou os seus preços para o terceiro semestre deste ano. O preço do aço praticado pela empresa no país ficou na casa dos 3%, menor que a média registrada no segundo trimestre. A medida se reflete nos contratos de fornecimento do produto por semestre para os compradores, principalmente as montadoras de automóveis.
As informações foram divulgadas nesta última sexta (28) por Miguel Camejo, diretor comercial da companhia, que espera também que os primeiros resultados da reforma bilionária do alto-forno 3 da usina que fica em Ipatinga (MG) comecem a aparecer já em 2024. Segundo nova previsão, o forno deve voltar a operar em setembro. Camejo afirmou em conferência com analistas que a venda para o mercado nacional da importação do aço é realizada com “margens negativas” de ganhos para os produtores da China.
Cotação da Usiminas no último pregão (Foto: reprodução/Google)
Setor pode reagir a alta da importação
Durante a reunião, ele deixou claro que a empresa pretende “trabalhar com parceiros nos mercados para não perder espaço” e que defende uma ação conjunta do setor siderúrgico brasileiro junto a autoridades do Estado, com objetivo de “equalizar um pouco essa situação”. Segundo dados da Aço Brasil, estima-se que as importações de aço para o país aumentaram quase 43 % no primeiro semestre desse ano em comparação com 2022. A demanda representa cerca de 2,2 milhões de toneladas.
Desempenho futuro
No campo do desempenho esperado, a Usiminas espera que suas vendas de aço alcancem cerca de 900 mil e um milhão de toneladas no terceiro trimestre, o que representa a quantidade que foi vendida nos dois períodos anteriores. Já os resultados financeiros anteriores, a Usiminas (USIM5) apresentou um lucro líquido de 287 milhões de reais que compreende o mês de abril e o final de junho. O valor representa uma queda brusca de 73 % comparado ao mesmo exercício do período do ano passado. Além disso, os números representam quase 50% sobre o primeiro trimestre desse ano. O alto custo na reforma do forno de Ipatinga explica a pressão sobre as contas. O investimento no equipamento foi de quase R$ 2,7 bilhões. As ações da Usiminas terminaram o dia cotadas a R$ 7,09, com queda de 5,34%.
Foto destaque: fluxo de importação do aço na Usiminas. Reprodução/Usiminas