Na costa do litoral de São Paulo, um cenário triste e misterioso se desenrolou recentemente, quando duas baleias-jubarte da espécie Megaptera novaeangliae foram descobertas mortas nas praias de Balneário São Januário e Pedrinhas, em Ilha Comprida. Com comprimentos que variam entre sete e nove metros, os exemplares já estavam em avançado estado de decomposição, o que tornou impossível a identificação imediata das causas de suas mortes.
O Instituto de Pesquisa de Cananéia (IPeC) foi acionado quando a primeira baleia foi encontrada por uma moradora em São Januário, na segunda-feira (28). A segunda baleia foi identificada pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), na quarta-feira (30), na região da comunidade de Pedrinhas.
Embora não tenha sido possível determinar a idade e o sexo dos animais, devido ao avançado estado de decomposição, o IPeC acredita que eles estavam em uma fase que oscila entre a juvenil e a adulta. Infelizmente, não foi realizada a necropsia, que poderia esclarecer as causas das mortes. As especulações vão desde causas naturais até a possibilidade de ingestão de lixo proveniente da pesca.
Baleia jubarte (Foto: Reprodução/Milton Marcondes)
As enigmáticas baleias-jubartes
As baleias-jubarte, segundo o IPeC, são animais migratórios que desempenham um papel vital na biodiversidade marinha. Eles se reproduzem ao longo da costa brasileira e migram para as águas antárticas para se alimentar durante o verão. No inverno e na primavera, retornam ao Brasil para acasalar ou cuidar de seus filhotes, o que explica a maior incidência de baleias jovens encalhadas nas praias nesta época do ano.
Entre as potenciais causas desses encalhes, está a preocupante interação negativa com petrechos de pesca. Esse evento trágico destaca a importância de preservar essas majestosas criaturas e de pesquisas contínuas, para compreender e mitigar os riscos que enfrentam em nosso ambiente marinho.
A comunidade científica e as autoridades locais continuarão monitorando de perto a situação e trabalhando para esclarecer o que levou à morte dessas baleias jubartes, na esperança de encontrar soluções para proteger essas espécies vulneráveis em nosso ecossistema marinho.
Estágio de decomposição dos animais marinhos
Quando um animal marinho entra em decomposição, muitos dos sinais físicos que poderiam indicar as circunstâncias da morte se perdem ou se tornam irreconhecíveis. Isso inclui lesões, infecções, contaminação por poluentes ou resíduos, entre outros fatores que normalmente seriam examinados em uma necropsia.
A decomposição também pode obscurecer detalhes sobre a saúde do animal antes de sua morte, como possíveis doenças, parasitas ou condições físicas. Portanto, a causa da morte das baleias jubartes encontradas nesse estado avançado de decomposição permanecerá incerta.
Foto destaque: Baleia Jubarte encontrada morta no litoral de SP. Reprodução/Ana Marina Fernandes