Navio impulsionado pelo vento reduz o consumo de combustível em 10%

Isadora de Oliveira Silva Por Isadora de Oliveira Silva
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A transição energética emerge como um dos meios mais eficazes para enfrentar os efeitos prejudiciais do aquecimento global, oferecendo uma promessa de um mundo mais sustentável e uma qualidade de vida aprimorada para todos. O episódio inaugural da nova série do Fantástico, intitulada “O Futuro da Energia,” ilustra ações práticas em todo o mundo, que se dedicam a concretizar essa visão.

Jornada ambiciosa

Durante uma viagem de 35 dias, um navio híbrido completou uma travessia global, culminando no Porto de Paranaguá (PR), no Brasil. Este navio, pioneiro em sua abordagem, operou não apenas com combustível convencional da indústria marítima, mas também com o poder do vento, controlado com precisão por computadores avançados.

As velas do navio eram construídas com materiais modernos, utilizando fibra de vidro, e cada uma delas possuía impressionantes 200 toneladas de peso e 37 metros de altura. Durante a jornada, a cada 15 minutos, um sofisticado sistema computacional recalculava a direção e velocidade do vento, fazendo ajustes na posição das velas para otimizar a eficiência energética.

A viagem inaugural desse navio híbrido já demonstrou resultados notáveis, com uma redução de 10% no consumo de combustível em comparação com as embarcações convencionais. No entanto, a meta a longo prazo é ainda mais ambiciosa, buscando atingir uma economia de 30%.

“É provável que, no futuro, a redução das emissões de carbono no transporte marítimo venha através do uso de combustíveis renováveis e tecnologias inovadoras, como essa, que podem diminuir significativamente o consumo de combustível” reflete Paulo Souza, um representante do navio.


Imagem que representa opções de energia limpa, com as energias eólica e solar (Foto: reprodução/Maria Maltseva/Pixabay)


Busca por transições energéticas

A busca por fontes de energia seguras e eficientes é uma narrativa que permeia a história da humanidade desde os primórdios da civilização, quando o fogo foi dominado. No entanto, atualmente, a urgência da transição energética é inegável.

“Isso se deve em grande parte ao que chamamos de emergência climática. Estamos buscando uma transição para uma economia com emissões de carbono reduzidas, ou seja, uma descarbonização da economia. Por quê? Porque as emissões de carbono estão ligadas ao aquecimento global. Portanto, quando falamos de transição energética e descarbonização da economia, estamos buscando formas de energia que emitam menos carbono, reduzindo o impacto sobre a atmosfera” argumenta David Zilberstain, professor do Instituto de Energia da PUC.

Ainda hoje, os combustíveis fósseis continuam sendo as principais fontes de energia global, representando cerca de 85% da produção total de energia. Isso significa que apenas 15% da energia mundial provém de fontes renováveis e limpas.

No cenário brasileiro, quase metade da energia gerada provém de fontes mais limpas. No entanto, o país ainda enfrenta uma forte dependência dos combustíveis fósseis, com o petróleo sendo a fonte predominante, representando sozinho mais de 35% da matriz energética brasileira.

Foto destaque: navio híbrido. Reprodução/Globo.

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