Senadores brigam no México após debate sobre intervenção dos EUA

O presidente do Senado mexicano, Gerardo Fernández Noroña, da esquerda governista, e o líder do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Alejandro “Alito” Moreno, de viés opositor e minoritário, trocaram agressões físicas na quarta-feira (27), diretamente do Congresso, após acusações de que a oposição seria favorável a uma invasão estrangeira ao território nacional. Um jornalista ficou ferido e precisou de ajuda médica.

Governistas acusam opositores de estimular invasão dos EUA

Na sessão de quarta, uma parte majoritária do Senado, ligada à presidente Claudia Sheinbaum, sustentou que o PRI e o conservador PAN estariam agindo em prol de uma intervenção militar dos EUA após a senadora de oposição Lilly Téllez conceder entrevista ao canal estadunidense Fox News no domingo apontando uma suposta presença de cartéis no governo de seu próprio país.


Senadores mexicanos entraram em confronto físico ontem, na Casa legislativa nacional, causando confusão generalizada (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)


O dia foi finalizado de forma acalorada, sem que, alega o opositor, Moreno pudesse proferir suas últimas palavras. Nesse sentido, ele se levantou durante a execução do hino nacional, que sinaliza o fim dos trabalhos diários da Casa legislativa mexicana, e empurrou o líder governista repetidamente, que também revidou. Um jornalista acabou empurrado, caiu no chão e, depois, recebeu assistência médica.


Registro do momento da briga entre senadores na Casa Legislativa Nacional (Foto: reprodução/Stringer/Getty Images Embed)


Trump envia forças estadunidenses ao Caribe

O presidente americano, Donald Trump, enviou tropas militares para o sul do Caribe há cerca de duas semanas, a fim de combater facções ligadas ao narcotráfico, como o Tren de Aragua (da Venezuela) e MS-13 (de Los Angeles, com origens em imigrantes ilegais da América Central). Trump considera a atuação desses grupos uma modalidade de terrorismo. A decisão ocorreu sem a autorização do Congresso dos EUA, que, pela Constituição, deve autorizar a incursão militar em territórios estrangeiros. 

Frente à atitude, o líder venezuelano Nicolás Maduro convocou cerca de 4,5 milhões de mercenários, aprofundado a já conturbada relação entre Caracas e Washington.

Claudia Sheinbaum, do México, por sua vez, disse ter sido informada sobre as movimentações, mas que elas não ocorreriam. A julgar pelos recentes acontecimentos no Senado mexicano, no entanto, a tensão permanece.

‘Brasil dá aulas aos Estados Unidos sobre maturidade democrática’, diz The Economist

A revista britânica The Economist, um dos veículos jornalísticos mais respeitados e influentes do mundo, publicou, nesta quinta-feira (28), sua edição semanal. A capa é estampada por uma ilustração do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. No especial, o periódico enaltece os passos da democracia brasileira, em contraste à atual onda autoritária dos EUA de Donald Trump, ainda que critique supostas incongruências do Supremo e do Congresso Nacional.

Artigo compara gestão democrática brasileira e estadunidense

O artigo propõe uma avaliação sobre o combate ao autoritarismo em solo brasileiro e estadunidense, partindo do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por uma suposta tentativa de golpe, marcado para setembro deste ano.

“Imagine um país onde um presidente polarizador perdeu a corrida pela reeleição e recusou aceitar o resultado. Ele declarou a votação manipulada e usou as mídias sociais para motivar seus apoiadores a se insurgir. Eles o fizeram aos milhares, atacando prédios governamentais. Então a insurreição falhou, o ex-presidente encarou uma investigação criminal e promotores o processaram por arquitetar um golpe de Estado. Isso soa como uma fantasia da esquerda americana. Em outra gigantesca democracia do hemisfério, é uma realidade” – assim começa a reportagem especial do The Economist desta semana.


Leonardo Sakamoto, do UOL, analisa capa da The Economist desta semana (reprodução/Youtube/UOL)


Em outro momento do texto, o periódico reforça o contraste entre a autointitulada “maior democracia do mundo” com seu par latino-americano, que superou sua última ditadura em 1985.

“Os Estados Unidos está se tornando mais corrupto, protecionista e autoritário – com Donald Trump mexendo nesta semana com o Banco Central e ameaçando cidades comandadas por políticos democratas. Do outro lado, mesmo que a gestão Trump puna o Brasil por processar Bolsonaro, o país em si está determinado a proteger e fortalecer sua democracia”, escreveu o The Economist.

Opinativo expõe críticas ao STF e Congresso Nacional

Embora enalteça o regime tropical, a revista também mostra o que considera ser os desafios políticos da maior economia da América Latina.


The Economist analisa com ambivalência a instituição do Supremo Tribunal Federal, com sede na Praça dos Três Poderes, em Brasília (reprodução/Gustavo Gomes/Getty Images Embed)


“Paradoxalmente, uma tarefa chave é frear a Corte Constitucional, apesar de seu papel de guardiã da democracia brasileira. Como árbitra de uma Constituição que se prolonga por 65.000 palavras, a corte supervisiona uma gama vertiginosa de regras, direitos e obrigações, de políticas tributárias a cultura e esportes. Grupos como sindicatos e partidos políticos podem recorrer diretamente ao colegiado. Às vezes, a Justiça inicia casos por conta própria, incluindo uma investigação acerca de ameaças virtuais, algumas das quais contra a própria corte – o que faz dela a vítima, promotora e juíza. (…) Há um amplo reconhecimento de que o fato de juízes não eleitos terem tanto poder pode corroer a política, assim como salvá-la de golpes”, apontou o veículo estrangeiro, referindo-se ao Supremo Tribunal Federal.

Ele aborda ainda o desequilíbrio fiscal interno, alimentado, entre outros fatores, segundo cita, por projetos individuais de congressistas, sem efetiva necessidade no contexto nacional, que aumentam os gastos públicos e limitam o crescimento.

Frente às críticas, o periódico britânico, que, ao longo de sua trajetória, apoiou os neoliberais Donald Reagan e Margaret Tatcher, aposta na pauta reformista.

“Tensões serão, portanto, inevitáveis, mas, ao contrário de seus pares nos Estados Unidos, muitos dos políticos de grande alcance do Brasil, de todos os partidos, querem atuar conforme as regras e progredir através de reformas. Essas são as marcas registradas da maturidade política. Temporariamente, ao menos, o papel do adulto democrático do Hemisfério Ocidental se transferiu para o sul”, finalizou.

Austin Butler nega interesse em interpretar novo James Bond

Em entrevista para a rede radiofônica britânica Hits Radio, o ator Austin Butler, de “Elvis”, negou interesse em interpretar o papel de James Bond nos cinemas. Segundo o artista, sua nacionalidade estadunidense seria incompatível com o personagem, que, na visão de Butler, deve ser vivido por um ator britânico.

“Não acho que seria uma boa ideia, pois sou americano. Consigo fazer um sotaque, mas seria um sacrilégio. Esses filmes significam muito para mim, mas acho que tem que ser alguém da Inglaterra. Mas um vilão? Isso seria legal. Eu toparia”, disse o ator.

O jovem ator, que começou sua trajetória em séries teens da Disney e Nickelodeon, fez uma conversão de carreira ao estrelar produções adultas aclamadas pela crítica, como a peça de teatro “The Iceman Cometh”, na Broadway, e “Era uma Vez… em Hollywood”, de Quentin Tarantino. Por sua performance em “Elvis”, Butler conquistou uma indicação ao Oscar de Melhor Ator. Austin Butler e Denis Villeneuve, cineasta franco-canadense escalado para comandar a mais nova história do agente secreto britânico, já trabalharam juntos em “Duna: Parte II”.

O próximo filme de James Bond, da Amazon-MGM Studios, está em fase de pré-produção, escolhendo equipe e elenco. Até o momento, nenhum ator foi anunciado, mas, segundo a revista especializada Variety, nomes como Tom Holland (“Homem-Aranha”, “Uncharted”), Jacob Elordi (“Saltburn”, “Priscilla”) e Harris Dickinson (“Triangle of Sadness”, “Babygirl”) disputam o papel principal.

Obra será dirigida por Denis Villeneuve

A Amazon-MGM Studios anunciou em junho deste ano que o premiado diretor Denis Villeneuve seria responsável por trazer James Bond de volta às telonas.

“Algumas das minhas primeiras memórias de cinema estão ligadas ao 007. Cresci assistindo aos filmes de James Bond com meu pai, desde ‘Dr. No’, com Sean Connery. Sou um fã incondicional de Bond. Para mim, ele é um território sagrado”, disse Villeneuve, que manifestava há anos a vontade de dirigir um filme do agente secreto.


Crítico de cinema Walter Dalenogare se debruça sobre a escolha de Denis Villeneuve como diretor do novo 007 (Vídeo: reprodução/Youtube/Dalenogare Críticas)


O canadense é um dos cineastas mais prestigiosos da atualidade, conciliando valor artístico e desempenho comercial em produções como “Sicário”, “A Chegada” e a saga “Duna”. Ele foi indicado 4 vezes ao Oscar: 2 por Melhor Filme, 1 por Melhor Diretor e 1 por Melhor Roteiro Adaptado.

Um detalhe, porém, pode desanimar os entusiastas do artista: por enquanto, ele só tem contrato para um único filme do 007 e não terá total controle sobre o corte final do longa-metragem.


O último ator a interpretar James Bond nos cinemas foi o britânico Daniel Craig, que deu vida ao personagem em 5 filmes, a começar por “007 – Cassino Royale” (reprodução/Greg Williams/Getty Images Embed)


Outro nome já confirmado na equipe é o roteirista Steven Knight, criador da série “Peaky Blinders”. Knight foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original em 2004 por “Dirty Pretty Things”.

Produção marca primeiro filme do 007 na Amazon-MGM Studios

O último filme de James Bond a chegar aos cinemas foi “Sem Tempo Para Morrer”, de 2021, que marcou a despedida do ator Daniel Craig do personagem. Desde então, muito mudou.

Em 2022, a Amazon Studios, braço audiovisual da gigante do e-commerce, comprou a histórica MGM por 8,45 bilhões de dólares, tornando-se, em 2023, Amazon-MGM Studios.

A aquisição incluiu o catálogo de filmes antigos do James Bond, cuja distribuição cabia à MGM, mas os direitos de produção de novos filmes continuavam com a família Broccoli, que geriu a marca desde o primeiro filme, “007 contra o Satânico Dr. No”, de 1962. A linhagem se tornou conhecida por impedir um merchandising agressivo em cima do personagem, criado em 1953 pelo escritor Ian Fleming.

Em fevereiro de 2025, após décadas de resistência, os Broccolis venderam os direitos do personagem para o estúdio cinematográfico por 1 bilhão de dólares, gerando o temor de alguns e o entusiasmo de outros.

O novo filme do 007 ainda não tem data para filmagem e estreia nos cinemas, mas as recentes movimentações sugerem que o projeto está caminhando rapidamente. Uma vez definidos o diretor e o roteirista, é natural que o ator principal seja divulgado em breve. Aparentemente, no entanto, ele não será Austin Butler.

Line-up do Lollapalooza Brasil 2026 será divulgado nesta quinta-feira

A organização da próxima edição brasileira do Lollapalooza anunciou hoje (25) a data de divulgação de sua lista de atrações. O line-up do festival será conhecido nesta quinta-feira (28). O evento ocorrerá nos dias 20, 21 e 22 de março no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Já há ingressos disponíveis para venda no site Ticketmaster.

Sabrina Carpenter seria headliner

Segundo apuração do jornalista Eduardo Reis, do Portal Léo Dias, publicada em reportagem de abril deste ano, uma das atrações principais do festival de 3 dias seria a cantora Sabrina Carpenter, de 25 anos. Dona dos hits “Espresso”, “Please Please Please” e “Taste”, Sabrina é vencedora do Grammy 2025 de Melhor Álbum de Pop com o disco Short n’ Sweet.


Sabrina Carpenter se apresentou no Lollapalooza Chicago em agosto deste ano (Vídeo: reprodução/YouTube/The Showgirl)


Reis noticiou posteriormente a vinda de Doechii, Gracie Abrams, A$AP Rocky e Twice, marcando a estreia das duas primeiras em solo brasileiro. O rapper A$AP Rocky e o grupo feminino de k-pop Twice já se apresentaram por aqui em 2022 e 2024, respectivamente. Queridinho do festival, o marido de Rihanna veio como headliner da edição brasileira há 3 anos.

A seleção faz jus à identidade do festival. Sediado, no Brasil, em uma das cidades mais diversas e descoladas da América Latina, o Lollapalooza é conhecido por apostar em artistas emergentes, proporcionando a seu público fazer descobertas e entrar em contato com novas sonoridades. Resta aguardar para conferir se as previsões do repórter se concretizarão.

Olivia Rodrigo, Shawn Mendes e Justin Timberlake protagonizaram edição anterior

Em 2025, o Lollapalooza Brasil teve Olivia Rodrigo, Shawn Mendes e Justin Timberlake como atrações principais. Além disso, Rufus du Sol, Alanis Morissette, Benson Boone, Tate McRae e Foster the People abrilhantaram as noites junto aos brasileiros Jão, Jovem Dionísio, Drik Barbosa e Sepultura.

O evento contou com cerca de 70 artistas diferentes e atraiu um público de mais de 240 mil pessoas.

Investigado por corrupção, dono da Ultrafarma é liberto sem pagar fiança de 25 milhões de reais

O empresário Sidney Oliveira, fundador da rede de farmácias Ultrafarma, conseguiu ontem (22) um habeas corpus, de modo que não precisará pagar fiança de R$ 25 milhões por sua soltura. A decisão é de caráter liminar, isto é, até o julgamento final do caso, e as demais medidas cautelares a que foi submetido permanecem.

A defesa alega que o investigado não possui condições de pagar a taxa milionária, embora o Ministério Público sustente que Sidney Oliveira tenha colocado seus bens no nome da empresa Ultrafarma para que esses não fossem afetados no caso de sua prisão.

O diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes, também conseguiu habeas corpus e se livrou da mesma taxa, enquanto a prisão temporária do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto foi prorrogada e a prisão preventiva do fiscal Marcelo de Almeida Gouveia, mantida.

Homem de negócio foi preso na Operação Ícaro

Detido temporariamente em 12 de agosto, Sidney Oliveira foi solto na sexta-passada (15), na condição de que pagasse uma fiança de R$ 25 milhões. O pagamento não ocorreu, de forma que ele foi preso novamente na quinta-feira (21). 


Repórter Fabio Diamante, do SBT Brasil, dá mais detalhes sobre o habeas corpus concedido a Sidney Oliveira (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)


O empresário é investigado por supostamente pagar propina a servidores públicos para facilitação e fraude do ressarcimento de créditos tributários vir à tona. Junto dele, sofreram restrições de liberdade o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes, o auditor da Diretoria de Fiscalização (DIFIS) da Fazenda estadual paulista, Artur Gomes da Silva Neto, o auditor fiscal Marcelo de Almeida Gouveia e o casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e Tatiane da Conceição Lopes.

O ressarcimento de crédito tributário é um direito do contribuinte que pagou a mais à Receita. No caso do esquema ilícito, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto acelerava a aprovação dos pedidos de devolução, dada a complexidade e burocracia inerentes a esse processo. Em alguns casos, devolveram-se valores maiores que os devidos. 

Em troca, o servidor recebia propinas milionárias que, estima o MP, passaram de R$ 1 bilhão de reais. O dinheiro era depositado na empresa fantasma Smart Tax, de propriedade da professora aposentada Kimio Mizukami da Silva, mãe de Artur, cujo patrimônio passou de R$ 411 mil, em 2021, para R$ 2 bilhões, em 2023. 

O casal Celso Éder Gonzaga de Araújo e Tatiane da Conceição Lopes é suspeito de contribuir para a lavagem de dinheiro.

Participavam do conchavo empresas varejistas como a Ultrafarma e FastShop, embora mais companhias sejam investigadas.

“A operação agora está se desdobrando e gerando novas ramificações. Não se restringe a essas duas empresas”, afirmou o promotor paulista João Ricupero.

Empresário tem vínculos com a grande mídia e mundo da política

Nascido no município de Nova Olímpia, no Paraná, Sidney Oliveira, segundo contou em uma entrevista, passou de um menino pobre, que ingressou no mercado de trabalho aos 9 anos, a fundador, em 2000, da Ultrafarma, hoje uma das maiores redes de farmácias do Brasil, com mais de 1 milhão de clientes ativos. 

Fora do escritório, é garoto-propaganda da própria empresa e já apresentou o programa “Roda a Roda”, do SBT, em 2023, além de seu nome ter estampado o game show “Ultra Show – Sidney Oliveira”, da RedeTV. 

Em 2024, apoiou, para a Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), devido ao “compromisso com a melhoria dos serviços de saúde”. O advogado que lhe orientou no início da semana é Fernando Capez, eleito três vezes consecutivas deputado estadual de São Paulo pelo PSDB e atualmente filiado ao União Brasil.

Comissão vinculada ao Ministério da Saúde veta Wegovy, Saxenda e similares no SUS

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), entidade vinculada ao Ministério da Saúde que avalia a inclusão de tratamentos no sistema público do país, se disse contrária à incorporação de medicações à base de semaglutida e liraglutida ao SUS. A decisão foi embasada no alto custo dos fármacos.

A medida afeta diretamente o fornecimento público de remédios como Wegovy e Saxenda, destinados, respectivamente, ao tratamento de obesidade grau II e III e diabete tipo 2, que só poderão ser acessados através da rede privada.

Justificativa foi o alto preço dos medicamentos

A Conitec explicou sua decisão através de, entre outros argumentos, cálculos de impacto financeiro da adoção da medida. Nesse sentido, relatórios do Ministério da Saúde apontam que o custo total da adoção do tratamento variaria de 4,1 a 6 bilhões de reais para os cofres públicos nos próximos 5 anos, levando em conta que certos casos exigem tratamento contínuo e cada caneta aplicadora tem o preço de mil reais. 

A Comissão também destacou que o SUS já oferece a cirurgia bariátrica como alternativa às canetas no combate à obesidade. 



Repórter Victória Melo, do SBT Brasil, traz informações sobre a não inclusão do Wegovy e Saxenda na lista de remédios oferecidos pelo SUS (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)


O Ministério da Saúde, por sua vez, declarou que “as decisões da Conitec sobre a incorporação de medicamentos no SUS consideram as melhores evidências científicas disponíveis, abrangendo eficácia, segurança e análises de custo-efetividade”. 

Para contornar a problemática do alto preço do tratamento, a pasta comandada por Alexandre Padilha aposta no desenvolvimento de uma caneta própria a partir de uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a farmacêutica nacional EMS, anunciado há duas semanas. 

“Cabe ressaltar ainda a importância estratégica da ampliação da oferta de medicamentos genéricos. Essa medida estratégica estimula a concorrência, contribui para a redução de preços, amplia o acesso da população a tratamentos de qualidade e fortalece as condições para a incorporação de novas tecnologias ao SUS”, finalizou a nota do ministério.

Entidades do setor médico e farmacêutico criticam medida

A não incorporação de tais medicações ao SUS gerou a discordância de parte do setor médico, para o qual a decisão impede o acesso da população mais pobre a tratamentos considerados eficazes. 

Para a endocrinologista Maria Fernanda Barca, doutora pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o efeito da liraglutida (Saxenda) e semaglutida (Wegovy) na saúde do paciente abrange muito mais do que a perda de peso.

“(Esses medicamentos) reduzem a inflamação dos tecidos e têm efeitos positivos em condições como gordura no fígado e até na cognição de pacientes com Alzheimer. Ignorar esses resultados pode gerar custos ainda maiores no futuro com complicações mais graves, como cirrose, câncer hepático e necessidade de transplante”, alertou ela ao G1, nesta sexta-feira.

Já a empresa dinamarquesa Novo Nordisk, responsável pela produção do Wegovy, disse que “compreende que o histórico subfinanciamento do SUS, somado ao contexto de desequilíbrio fiscal, restrições orçamentárias e obsolescência dos mecanismos de incorporação vigentes atualmente, impõem desafios para oferta de tecnologias inovadoras de saúde à população ao nível nacional, mesmo quando estas são evidentemente custo-efetivas”.

Moraes ameaça punir bancos que cumpram, no Brasil, sanções dos Estados Unidos

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes disse, em entrevista à agência de notícias Reuters, realizada na última terça-feira (19) e publicada na tarde desta quarta-feira (20), que instituições financeiras que sigam, no Brasil, decisões jurídicas estadunidenses podem ser penalizadas. 

“(…) Se os bancos resolverem aplicar a lei internamente, eles não podem – correndo o risco de ser penalizados perante a legislação brasileira“, disse Moraes em entrevista à Reuters.

A declaração é uma referência à Lei Magnitsky, imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao magistrado brasileiro em 30 de julho deste ano. A norma condiciona o bloqueio das relações econômicas de indivíduos e instituições estadunidenses com sujeitos estrangeiros que, na análise da Casa Branca, desrespeitem liberdades civis, manipulem eleições e coíbam medidas de combate à corrupção.

Anteriormente nesta semana, na segunda-feira (18), o também ministro do STF Flávio Dino deixou claro, em outra interpretação sobre a validade de decisões judiciais estrangeiras no Brasil, que imposições decorrentes de atos unilaterais de fora do país ficam vedadas para empresas brasileiras ou com atuação no Brasil.

Falas de ministros do Supremo geram impasse no mercado financeiro

A mesma reportagem da Reuters que veiculou a fala de Moraes ouviu, sob condição de anonimato, membros do mercado financeiro nacional.

Para o antigo diretor de uma instituição financeira transnacional no Brasil, a maioria dos grandes bancos são supervisionados pelos Estados Unidos quanto à sua presença ou exposição internacional, de modo que uma possível solução, nesse caso, seria convidar o cliente sancionado a procurar outra instituição para manter seus ativos.


CNN 360º repercute falas de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Em contraste, o diretor de um grande banco brasileiro afirmou que a decisão judicial de segunda (do ministro Flávio Dino) significa que qualquer ação tomada por entidades brasileiras com base nas regras do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos (OFAC, na sigla em inglês), que coordena as sanções do país, deve receber o aval do STF. Não seguir uma determinação do OFAC, no entanto, pode cortar um banco do sistema financeiro internacional.

“O Brasil não tem muita escolha. Dado o quão interconectado tudo é, e a desigualdade de poder econômico entre Estados Unidos e Brasil, somos fadados à submissão. Não há muito o que fazer”, disse a fonte.

Ativista pela Lei Magnitsky critica sanção a Alexandre de Moraes

Criada no governo de Barack Obama, a Lei Magnitsky foi uma resposta dos Estados Unidos à morte do advogado russo Sergei Magnitsky, anos 37 anos, após 11 meses aprisionado em seu próprio país. Magnitsky, que emprestou seu sobrenome à norma norte-americana, foi consultor jurídico, na Rússia, de uma empresa de gestão de fundos de investimento acusada de sonegação fiscal, de propriedade do investidor britânico William Browder.

Meu advogado foi brutalmente torturado e assassinado em uma prisão russa por expor corrupção. A partir daí, assumi como missão de vida aprovar uma lei para punir outros corruptos e violadores de direitos humanos, bem como as pessoas que mataram Sergei Magnitsky“, disse Browder ao Fantástico no início deste mês.

As sanções impostas ao juiz não têm nada a ver com violação de direitos humanos e têm tudo a ver com acerto de contas político. Donald Trump disse isso, disse que não está satisfeito com esse juiz, porque ele está processando o seu amigo Jair Bolsonaro“, criticou Browder.

Desde 2012, o regulamento dos Estados Unidos foi mobilizado para sancionar mais de 650 pessoas e entidades ao redor do mundo, entre os quais governantes russos e chineses, os líderes venezuelano Nicolás Maduro e sírio Bashar al-Assad e organizações terroristas como a Al-Qaeda. Mês passado, a lista de penalizados ganhou seu primeiro nome brasileiro: Alexandre de Moraes.

Aeronave americana misteriosa pousa em solo brasileiro

Um avião da Força Aérea dos Estados Unidos, totalmente branco e sem qualquer identificação externa, aterrissou na tarde de ontem (19) em Porto Alegre, vindo de San Juan, capital de Porto Rico. O veículo transportava diplomatas estadunidenses, que deixaram a aeronave em direção ao consulado da capital gaúcha. Em seguida, o avião partiu para São Paulo, onde permanece até o momento.

Embora o Ministério da Defesa do Brasil tenha autorizado a entrada do veículo em território nacional, nem o governo brasileiro, nem o estadunidense explicaram, até agora, o motivo da missão norte-americana.

Episódio ocorre em meio à saga de crescente desgaste Brasil-EUA, marcada por taxas de 50%, revogação de vistos de ministros do STF e críticas públicas de ambos os lados.

Quebra-cabeça da misteriosa missão foi se construindo aos poucos

A notícia de que uma aeronave da Força Aérea estadunidense pousara no Brasil foi dada pela concessionária do aeroporto porto-alegrense, a Fraport, logo após a aterrissagem do veículo.

“Uma aeronave da Força Aérea dos EUA pousou no aeroporto de Porto Alegre às 17h13. O avião veio de Porto Rico. A previsão é que decole às 20h25 com destino a Guarulhos”, comunicou a empresa.

O fato gerou alvoroço e levantou suspeitas, por parte de parlamentares como Duda Salabert (PDT-MG) e Talíria Petrone (Psol-RJ), de interferência americana na soberania brasileira.


CNN Brasil repercute misterioso episódio do avião americano (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)


Mais tarde, no entanto, a GRU Airport, concessionária de Guarulhos, destacou, ao confirmar a chegada do avião, que a operação foi autorizada pelo Ministério da Defesa.

“A GRU Airport confirma o pouso da aeronave em questão nesta noite (19), com autorização do Ministério da Defesa. Reforça que a operação ocorreu normalmente, sem intercorrências”, escreveu ela.

Na manhã desta quarta-feira (20), fontes da Polícia Federal contaram à CNN Brasil que o avião transportava diplomatas estadunidenses, que deixaram o veículo em direção ao Consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre.

Veículo é frequentemente usado em missões secretas da CIA 

O avião que pousou em Porto Alegre e São Paulo é um Boeing 757 C-32B, comumente utilizado para transporte de diplomatas, militares de elite e membros da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, a CIA, em missões altamente sigilosas. 

A viagem que terminou ontem na metrópole paulista começou no dia anterior (18) em Wrightstown, Nova Jersey (EUA), com escalas em Tampa, Flórida, e San Juan, em Porto Rico.

Era por volta de 17h13 quando o veículo aterrissou no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, do qual partiu às 19h52 para o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

‘Caramelo’: novo filme com Rafael Vitti ganha data de estreia

O filme “Caramelo”, da Netflix, estreará na plataforma dia 8 de outubro deste ano – revelou hoje (19) o serviço de streaming, que também divulgou um pôster da obra. Em 31 de julho, no qual se comemora o Dia Nacional do Vira-Lata, foram publicadas as primeiras imagens do filme protagonizado por Rafael Vitti e o cão Amendoim. Além disso, um vídeo promocional veio a público no segundo semestre do ano passado.

A trama acompanha Pedro (Rafael Vitti), um chefe de cozinha que é diagnosticado com uma condição médica inesperada prestes a realizar o sonho de liderar um restaurante. Junto de um simpático vira-lata caramelo, no entanto, ele redescobre seu propósito e conecta-se com o presente.

Obra promete sensibilizar público sobre a condição dos cães sem raça

“Caramelo” surfa na onda da valorização dos tradicionais vira-latas beges, encontrados em muitas esquinas Brasil afora. 

De fato, nos últimos dois anos, esse, que é “um dos maiores patrimônios culturais do Brasil”, segundo a plataforma de streaming, e que, conforme o meme, representa o país mais do que futebol e samba, pôde ser visto em comerciais da Claro, Havaianas e Guaraná Antarctica, aparecendo até mesmo na abertura da novela das 9, “Vale Tudo”.


Teaser de “Caramelo” foi divulgado ao público em setembro de 2024 (Vídeo: reprodução/YouTube/Netflix Brasil)


Defensores do direito dos animais, no entanto, explicam que os vira-latas, sobretudo os pretos e beges, ainda sofrem preconceito na hora de ganhar um lar.

“Existem em torno de 20 milhões de cães abandonados no país”, disse a head de comunicação e captação do Instituto Caramelo, Yohanna Perlman, ao veículo Brazil Journal, em 26 de janeiro de 2025.

Já o presidente da Suipa, Marcelo Marques, disse neste mês, ao Globo, que há atualmente cerca de 900 cães abrigados pela  instituição carioca, dos quais 95% são vira-latas.

Foi quase um grito de desespero de “precisamos de um filme do vira-lata”. Todos os outros de que gostamos, tipo “Marley e eu”, “Sempre ao seu lado”, ou mesmo “Lassie” e “Bethoveen”, mostram cachorros de raça, comprados. E o vira-lata, por essência, não é comercializado. Você o escolhe e ele escolhe você”, afirmou o diretor de “Caramelo”, Diego Freitas sobre a ideia do longa.

Produção marca primeira parceria da Migdal Filmes com a Netflix

Apesar da divulgação ainda tímida (um trailer ainda não veio a público), as expectativas para o filme são grandes, a começar por sua equipe.

O longa-metragem configura como a primeira parceria entre a gigante do streaming e uma das maiores produtoras do Brasil, a Migdal Filmes, de Iafa Britz, responsável pela triologia “Minha Mãe é uma Peça”, com Paulo Gustavo, e  “M-8 – Quando a Morte Socorre a Vida”, de Jefferson De. Entre as apostas futuras da casa, está “Geni e o Zepelim”, da premiada diretora Anna Muylaert.

“Caramelo” é dirigido por Diego Freitas, com ideia original do mesmo e roteiro de Freitas, Rod Azevedo e Vitor Brandt. 

Além de Rafael Vitti e o cão Amendoim, compõe o elenco os atores Arianne Botelho, Noemia Oliveira, Ademara, Kelzy Ecard, Bruno Vinicius, Roger Gobeth e Olívia Araújo. Cristina Pereira, Carolina Ferraz e a renomada chef Paola Carosella fazem participações especiais na obra, sendo esta a primeira incursão de Carosella nas telonas. 

O treinador de animais Luis Estrelas e o consultor americano Mike Miliotti (de Garfield – O Filme) também trabalharam no filme.

Recém-operada, Jessie J afasta rumores e confirma show no The Town

A cantora britânica Jessie J reforçou hoje (19), através dos stories do Instagram, que se apresentará no festival The Town, em São Paulo, no dia 13 de setembro. O concerto já estava programado há tempo, mas o anúncio de uma pausa em sua carreira para tratar de um câncer de mama, ocorrido em junho, assim como uma recente internação para tratar de uma infecção pulmonar, ameaçou a continuidade das apresentações.

Por conta do atual estado de saúde da talentosa intérprete e compositora, de 37 anos, o show será acústico e começará às 18:30, horário anteriormente reservado à apresentação de Ivete Sangalo. A duração será de uma hora.

Mesmo após alertas médicos de que há 50% de chance de doença voltar, Jessie J vai entrar em tour em breve, com passagens pela Europa e Estados Unidos. A performance paulistana foi a única na América Latina divulgada até o momento.

Recente descoberta médica motivou breve pausa na carreira

Jessie J revelou o câncer de mama em junho deste ano através de uma publicação nas redes sociais.

“Tenho ido e voltado na ideia de ‘devo compartilhar? Eu quero, mas tem muitas opiniões por aí…’. Sabendo que a mídia vai transformar isso em algo maior, mas sabendo que eu quero dividir com meus fãs e pessoas que gostam de mim. (…) Antes do segredo vazar, eu fui diagnosticada com câncer de mama em estágio inicial. Estou sublinhando o termo ‘estágio inicial’. Câncer é uma droga, de qualquer forma, mas estou me segurando no termo ‘estágio inicial’. Tenho entrado e saído de testes durante esse período”, escreveu ela, na ocasião.


Jessie J canta alguns de seus maiores sucessos, em versão acústica, na casa de show Troubadour, de Los Angeles, em 2019 (Vídeo: reprodução/YouTube/Jessie J)


Dias depois, durante performance no tradicional festival Summertime Ball, na Inglaterra, Jessie disse que aquele seria seu último show antes de dar uma pausa na carreira para tratar a condição.

“Eu vou desaparecer por um tempo para passar pela cirurgia e vou voltar com peitões e muita música nova”, declarou.

No mês seguinte, a cantora passou por uma mastectomia para remover uma das mamas e por procedimentos estéticos complementares a fim de “fazer com que essas primas pareçam irmãs”, brincou ela.

Há cerca de duas semanas, a britânica foi readmitida no sistema hospitalar com uma infecção e líquidos no pulmão.

“A recuperação física está longe de ser rápida ou fácil e mentalmente está sendo, para mim, a época mais difícil”, compartilhou.

Exímia compositora, Jessie despontou já no primeiro álbum

Jessica Ellen Cornish nasceu em 27 de março de 1988 em Londres, mas foi em 2010, com os singles Do It Like a Dude e Price Tag e sob o pseudônimo Jessie J, que ela ganhou aclamação mundial. 

Anteriormente, ela já provara seu talento compondo hits para nomes como Miley Cyrus (Party in the USA), Justin Timberlake e Chris Brown.

Com a publicação do disco “Who You Are”, com canções escritas na adolescência, a artista consolidou um poderoso estilo lírico baseado na positividade e autoaceitação, e tornou-se a primeira artista feminina a emplacar 6 ou mais faixas entre as 10 mais ouvidas no Reino Unido. O projeto também testemunhou a potência e versatilidade vocal da mesma.

Desde então, Jessie J lançou mais 3 álbuns e foi jurada de reality shows musicais na Inglaterra e Nova Zelândia. Ela também participou, como concorrente, do programa “Singer”, da China, do qual se sagrou campeã.

Em setembro de 2023, a cantora deixou a gravadora Republic Records, em que esteve por 17 anos, de forma amigável, para trabalhar de forma independente em seu sexto álbum de estúdio.

Em maio de 2024, nasceu seu primeiro filho, Sky, que, segundo a própria, foi inspiração para muitas músicas do novo projeto.

Sob produção de Ryan Tedder, o disco marca seu primeiro lançamento em 5 anos e já conta com os singles No Secret e Living My Best Life. A publicação do álbum estava prevista para 2025 até a descoberta do câncer e demais problemas de saúde. Em setembro, mesmo em fase de recuperação, a cantora iniciará a turnê promocional (The No Secrets Tour), com passagens pelo Brasil, Estados Unidos e Europa.