Sobre Neci Valencosta

Pós-graduada em Política e Relações Internacionais, graduada em Comunicação Institucional, e finalizando a graduação em Jornalismo pela UMESP. Assuntos relacionados à política interna e externa, relações bilaterais e multilaterais entre países, diplomacia, conflitos armados e direitos humanos despertam a minha atenção. No entanto, procuro escrever sobre assuntos diversos, por entender que vivemos em um mundo plural, onde o respeito às diferenças e o conhecimento múltiplo nos tornam mais humanos.

STF mantém medidas cautelares e afasta hipótese de prisão de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descartou nesta quinta-feira (24) a possibilidade de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando como pontual a infração às medidas cautelares. Contudo, cobrou explicações dos advogados de defesa do ex-presidente sobre o uso indireto de redes sociais, reafirmando, no entanto, que Bolsonaro segue autorizado a conceder entrevistas e a se manifestar publicamente.

Decisão do Ministro

A decisão do Ministro Alexandre de Moraes do STF é uma resposta aos esclarecimentos oferecidos por parte da defesa de Jair Bolsonaro, devido às suspeitas de que perfis de aliados atuaram em nome do ex-presidente, cometendo violação às restrições determinadas na última sexta-feira (18).

No entanto, ao ponderar as justificativas apresentadas pelos advogados, que alegaram não haver intenção em violar as regras, afirmando que o ex-presidente segue as condições impostas, o magistrado decidiu manter apenas as medidas cautelares já em vigor. 



Decisão do ministro Alexandre de Moraes em relação à prisão preventiva de Jair Bolsonaro, AP 2668 ED-QUINTOS / DF (Foto: reprodução/STF)

Apesar da não conversão, Moraes reforçou que qualquer nova violação levará à prisão preventiva. Desde a semana passada, o ex-presidente foi submetido ao uso de tornozeleira eletrônica, proibido de usar redes sociais e de se comunicar com demais  investigados na ação, incluindo o seu filho, o parlamentar Eduardo Bolsonaro.

O episódio

O episódio que levou o magistrado, Alexandre de Moraes, a pedir explicações sobre a conduta do ex-presidente, refere-se à publicação feita por Eduardo Bolsonaro em suas redes sociais na última terça-feira (22). Em vídeo, Bolsonaro mostra a tornozeleira eletrônica, alegando humilhação e discursando para seus apoiadores. A ação ocorreu durante sua saída, em frente à Câmara dos Deputados.


Ex-presidente Jair Bolsonaro em frente à Câmara dos Deputados Federal (Fotos: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/ Getty Images Embed)


O ministro alegou que a conta do deputado federal Eduardo Bolsonaro, atualmente morando nos EUA, teria sido usada para beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro, em um padrão já descrito nas investigações, PET 14129 DF, caracterizando infração à proibição de uso direto ou indireto de redes sociais. Nesta ação, ambos são investigados pelos crimes de coação no curso de processo legal, obstrução de investigação penal e atentado a soberania nacional.

Gaza: Funcionários da ONU desmaiam de fome, alerta o chefe da agência para refugiados palestinos

Segundo denúncia feita nesta terça-feira (22) por Philippe Lazzarini, Comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), funcionários da ONU, incluindo médicos e trabalhadores humanitários, estão desmaiando de fome e exaustão enquanto atuam na Faixa de Gaza. A situação extrema reflete o colapso humanitário no enclave e profissionais encarregados de prestar socorro enfrentam escassez severa de alimentos em condições de trabalho precárias.

Sinal de alerta

Em uma sequência de publicações em suas redes sociais, Philippe Lazzarini chama a atenção para o que ocorre na região. O comissário-geral informa que profissionais do serviço de ajuda humanitária em Gaza se alimentam uma vez ao dia, apenas com “lentilhas” e que esta situação coloca em risco o “sistema humanitário” em sua totalidade. A falta de suprimentos básicos tem feito os profissionais desmaiarem enquanto trabalham. 


Publicação do comissário-geral da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, sobre a situação em Gaza (Foto: reprodução/X/@UNLazzarini)

Outro alerta feito por Lazzarini refere-se à população civil Palestina em geral. Segundo o comissário, essas pessoas “estão como cadáveres ambulantes” e “uma em cada cinco crianças” sofrem de desnutrição severa. O funcionário da UNRWA afirma que a situação piora com o passar dos dias, devido ao esgotamento de suprimentos básicos para atender à população Palestina.

Conforme informou, as crianças em situação de vulnerabilidade necessitam, urgentemente, de ajuda, por estarem “fracas e magras”. Caso contrário, correm risco de morte por desnutrição. Lazzarini segue relatando o cenário, informando que a existência da população Palestina no enclave está “ameaçada”


População Palestina em Gaza à espera de alimentos (Fotos: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Por fim, o chefe da UNRWA pede que a ajuda humanitária realizada pela agência entre no enclave. Segundo Lazzarini, há o “equivalente a 6.000 caminhões carregados de alimentos e suprimentos médicos na Jordânia e no Egito”, esperando autorização do exército israelense para acesso à região e à população Palestina.

Ataque à sede da OMS

O cenário descrito por funcionários de agências de ajuda humanitária, jornalistas de guerra e civis palestinos, voltam os holofotes em direção à Faixa de Gaza. O alto comissariado da ONU informou que suprimentos básicos, com o passar dos dias, tornam-se escassos, colocando em risco a vida da população. 

Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tarik Jasarevic, também alertou sobre a situação. Segundo Jasarevic, o exército israelense atacou a sede da organização, na última investida por terra, na cidade de Deir al-Balah, região central da Faixa de Gaza. O fato ocorreu na última segunda-feira (21), em nova escalada do conflito entre Israel e o grupo Hamas, em curso desde de outubro de 2023.


Relato de ataques à sede da OMS em Gaza (Vídeo: reprodução/Instagram/@who)


Conforme dados apresentados pela ONU, há um deslocamento interno da população Palestina. Estima-se que cerca de 1,9 milhão de pessoas vivam em abrigos improvisados, deslocando-se permanentemente a cada investida do exército de Israel. Segundo declarações, famílias são dizimadas a cada dia, à espera de comida, medicamentos e ajuda necessária para a sobrevivência em uma região devastada pela guerra, sem indícios para um cessar-fogo imediato. 

Entenda os motivos que levaram o governo Trump a querer investigar o Pix

O presidente estadunidense Donald Trump solicitou abertura de investigação comercial contra o Brasil, na última terça-feira (15). Alegando práticas desleais, encarregou Jamieson Greer, Representante do Comércio dos EUA, de fiscalizar, entre outras coisas, o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, Pix. Trump entende que este sistema prejudica empresas norte-americanas voltadas ao setor financeiro. 

Ainda que o comunicado não faça menção direta ao Pix, especialistas creditam a fala de Trump a este sistema aderido em massa, segundo dados do Banco Central, pela população brasileira. Conforme estudiosos do assunto e economistas, o sistema passou a vigorar como uma alternativa aos pagamentos realizados com cartões de crédito. Dessa forma, empresas voltadas a este setor, em sua maioria norte-americanas, deixaram de ser acessadas em detrimento desse novo formato de pagamento.

Teor da ação

Encarregado da investigação, Jamieson Greer, declarou à imprensa que “por ordem do presidente Trump” dará início a uma investigação fundamentada pela Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. A ação, em suas palavras, visa os “ataques do Brasil às empresas americanas de redes sociais, bem como outras práticas comerciais injustas que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos americanos”.

Para Greer, “o Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, a promoção de seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”. Fazendo menção indireta ao Pix. 


Publicação sobre a investigação a ser feita pelo governo Trump referente ao Brasil (Foto: reprodução/X/@USTradeRep)

As falas do Secretário do Comércio dos EUA alinham-se aos discursos do presidente Donald Trump, que intensificou críticas ao Brasil e às decisões tomadas pelo governo brasileiro, alegando que os EUA, ao longo dos anos, têm sido prejudicados em sua relação comercial com o país. 

Além do Pix, o documento menciona o comércio popular brasileiro, principalmente ocorrido na rua “25 de março”, localizada no centro da capital paulista, e conhecida por vender produtos a preços acessíveis, atraindo compradores de todo o país. Segundo o governo estadunidense, o Brasil é falho em sua fiscalização por não tomar medidas eficientes para impedir que produtos “pirateados” sejam vendidos nesses centros, prejudicando os “direitos de propriedade intelectual” dos verdadeiros fabricantes. 

O documento trata, ainda, das relações comerciais entre o Brasil e demais países, as quais Trump classifica como injustas em relação às práticas comerciais entre EUA-Brasil. Outro ponto considerado é sobre áreas desmatadas por agricultores brasileiros de forma ilegal e que, conforme Donald Trump, prejudicam agricultores estadunidenses, uma vez que não seguem as devidas normas agrícolas para o plantio.

Resposta do governo brasileiro

 Ao saber do teor da investigação e que um dos pontos a ser questionados por Donald Trump é o sistema de pagamento eletrônico Pix, o governo brasileiro repudiou as falas do mandatário norte-americano alegando que  o sistema “seguro, sigiloso e sem taxas” e o “mais utilizado pelos brasileiros” faz parte da soberania do Brasil.


Publicação do governo brasileiro sobre o Pix em investigação dos EUA (Foto: reprodução/Instagram/@govbr)



Demais autoridades brasileiras, também, saíram em defesa da soberania nacional alegando que Donald Trump não pode interferir em assuntos comerciais e econômicos do país. Ao alegar que empresas norte-americanas têm sido prejudicadas pela forma como os brasileiros pagam suas contas, abrindo espaço para retaliação comercial, o presidente estadunidense realiza ações inaceitáveis a boa prática e a relação bilateral que possui com o Brasil, de acordo com membros do governo Lula.

 

Lula reage ao “tarifaço” de Trump em pronunciamento e defende soberania do Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou na data de ontem, quarta-feira (16), um pronunciamento a ser veiculado em rede nacional. A filmagem ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente e será transmitida hoje à noite, quinta-feira (17), em horário nobre, à nação brasileira, reforçando a soberania do país.

Em seu pronunciamento, Lula abordará questões relacionadas às tarifas de 50% a serem aplicadas pelos EUA aos produtos importados brasileiros e reforçará que o país norte-americano, ao longo dos anos, alcançou superávit nas relações comerciais com o Brasil. 

Outra questão a ser abordada é referente ao processo judicial do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é réu. Lula ratificará a independência da justiça brasileira, rechaçando qualquer interferência externa aos órgãos julgadores da ação penal. 

Alinhando os discursos

O discurso do presidente brasileiro era aguardado desde que Donald Trump anunciou a sobretaxa ao Brasil na semana passada. No entanto, Lula decidiu aguardar o alinhamento dos discursos junto à sua base aliada, aos demais parlamentares e ao empresariado, para dar uma resposta concreta à população brasileira.

Importante ressaltar que, em pesquisa realizada pela Quaest, nos últimos dias, 72% dos entrevistados são contra as tarifas aplicadas pelo presidente estadunidense, enquanto 19% concordam com os atos de Trump. Os demais, 9%, não quiseram ou não souberam responder.


Pesquisa Quaest, veiculada ontem, quarta-feira (16), sobre o “tarifaço” do presidente Donald Trump contra o Brasil (Foto: reprodução/X/@profFelipeNunes) 



Além do pronunciamento do presidente Lula, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) do Brasil, enviaram na data de ontem, quarta-feira (16), uma carta assinada conjuntamente ao Departamento de Comércio dos EUA, reforçando a indignação contra as políticas tarifárias aplicadas por Donald Trump.

Carta conjunta aos EUA

Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil e Ministro do Desenvolvimento, e Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, em carta direcionada a Howard Lutnick, Secretário de Comércio dos EUA e a Jamieson Greer, Representante de Comércio estadunidense, contestam as declarações do governo Trump. No documento, reforçam que a aplicação tarifária terá impacto “muito negativo em setores importantes de ambas as economias”. 

As declarações das autoridades brasileiras seguem afirmando que a relação comercial bilateral entre as “maiores economias das Américas”, ao longo de décadas trouxe prosperidade ao Brasil e aos EUA. Ressalta, ainda, que a sobretaxa coloca “em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda” entre os países.


Carta conjunta do MRE e do MDIC do Brasil à autoridades estadunidenses (Foto: reprodução/X/@ItamaratyGovBr)

Na última terça-feira (15), o Governo Federal regulamentou o decreto de Reciprocidade Econômica, onde prevê igualdade tarifária a países que utilizam tarifas coercitivas contra a economia brasileira, a fim de proteger os interesses econômicos-comerciais da nação. O discurso do presidente Lula e a carta conjunta enviada ao governo estadunidense somam-se a estas e outras medidas tomadas por autoridades brasileiras, no intuito de coibir e encontrar uma solução referente a política tarifária dos EUA relacionadas ao Brasil.

BLACKPINK lança “JUMP” com batidas retrôs e visual futurista

O grupo feminino de K-Pop BLACKPINK lançou na madrugada desta sexta-feira (11), horário de Brasília, o seu novo single “JUMP”. Após um hiato de quase três anos, Jisoo, Jennie, Rosé e Lisa retornam, em conjunto, ao cenário musical com a releitura do single “Meet her at the Loveparade”, clássico de 1997 e um marco da música techno europeia, consagrado pelo DJ Da Hool.

Nostalgia e futurismo

Apesar da referência ao hit das pistas de dança europeia, JUMP tem a marca registrada  das músicas já consagradas pelo BLACKPINK. As quatro integrantes imprimem ao single a personalidade própria de cada uma, seja pelas atitudes, pela dança ou pelo posicionamento diante das câmeras. Dessa forma, mesmo com a releitura, JUMP segue a linha do K-Pop já conhecido pelos “blink”, como são chamados os fãs do grupo. 

Parte integrante do comeback das sul-coreanas, o hit foi apresentado previamente no show de abertura da turnê “Deadline”, em Goyang, na Coreia do Sul, no último dia 05 de julho (2025). Na ocasião, foi solicitado para que a performance das garotas do grupo mais famoso de K-Pop dos últimos tempos, não fosse filmada, o que não foi “obedecido” pelos fãs, que inundaram as redes sociais com um pouco do que seria o lançamento desta sexta-feira (11). 


Publicação do lançamento de JUMP, novo single do BLACKPINK (Vídeo: reprodução/Instagram/@blackpinkofficial)


Desde o lançamento nesta madrugada, horário de Brasília, o vídeo oficial postado no YouTube conta com mais de 24 milhões de visualizações. A página do grupo no Instagram, somando as três publicações sobre o lançamento, também bateu recordes com quase 4 milhões de curtidas. Assim, podemos esperar que JUMP siga quebrando recordes no cenário musical.

Comeback

Após uma temporada de trabalhos solos, o BLACKPINK retornou este mês com a World Tour “Deadline”. Ao todo serão 31 shows, espalhados por vários países. Iniciado em Goyang, em 05 de julho (2025), passará por Paris, Milão, Barcelona, Toronto, Nova York, Los Angeles, Tóquio e será finalizado em Hong Kong em 24 de janeiro de 2026.


Show de abertura da turnê “Deadline” e confirmação do single JUMP (Vídeo: reprodução/X/@BLACKPINKBRASIL)

Nesta primeira etapa, o Brasil e demais países da América Latina ficaram de fora da turnê. No entanto, apesar da incerteza de que novos shows serão acrescentados e outros países serão contemplados, fãs esperam ansiosos para acompanhar ao vivo o retorno de Jisoo, Jennie, Rosé e Lisa juntas pelo BLACKPINK. Enquanto isso, curtem, compartilham e dançam ao som de JUMP, que promete não deixar ninguém parado.

Gonet conclui parecer e deve pedir condenação de Bolsonaro e aliados 

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deverá encaminhar à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) até a próxima segunda-feira (14), data limite, parecer decisivo em relação à ação penal 2668, que julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 30 réus. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, e outros quatro ministros terão até setembro deste ano (2025) para concluir o caso.

Decisão de Gonet 

Nos bastidores, os advogados dos réus acreditam que o parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) será rigoroso. Mesmo após a decisão do presidente estadunidense, Donald Trump, em taxar os produtos brasileiros importados pelos EUA em 50%, como forma de pressionar autoridades do Brasil, inclusive, pela ampla anistia dos julgados nos atos antidemocráticos de 08 de janeiro de 2023, entende-se que Gonet seguirá o rito processual, com base nas provas colhidas até o momento, solicitando a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A pressão pela anistia dos réus tem se intensificado ao longo dos últimos dias. O ex-presidente Jair Bolsonaro, seus filhos Eduardo e Flávio, além de aliados e parlamentares, tem realizado diversas publicações em suas redes sociais alegando perseguição política. Com o apoio do presidente dos EUA Donald Trump uma “guerra de narrativas”, contra e a favor do ex-presidente, fortalece a polarização política no Brasil.


Publicação do ex-presidente Jair Bolsonaro, sobre o apoio recebido do presidente estadunidense Donald Trump (Foto: reprodução/X/@jairbolsonaro)

No entanto, além de Bolsonaro, outros sete réus considerados parte integrante do “núcleo 1” ou “núcleo crucial” da ação podem ser condenados pelos crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, deterioração de patrimônio tombado, grave ameaça contra o patrimônio da União, além de organização criminosa armada. Ao todo, neste processo, 30 pessoas estão sentadas no banco dos réus.

Condenação

A defesa dos réus entende que Paulo Gonet apresentará, em seu parecer, uma pena alta a ser cumprida por Bolsonaro. Levando em consideração que as denúncias oferecidas pela PGR apontam o ex-presidente como líder do que eles chamam de “atos golpistas”, o pedido de Gonet optará por uma pena entre 20 a 30 anos, inicialmente em regime fechado. A percepção dos advogados baseia-se em outras penas aplicadas pelo STF até o momento a outros réus condenados, os quais não tiveram papel crucial na ação.


Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, em depoimento no STF em 09 de junho de 2025 (Fotos: reprodução/Arthur Menescal/Bloomberg/Getty Images Embed)


A decisão de Paulo Gonet, será conhecida na íntegra nos próximos dias e leva em consideração não só as provas iniciais, mas também os depoimentos colhidos ao longo do julgamento. Tanto os depoimentos das testemunhas de defesa quanto das testemunhas de acusação foram essenciais para a elucidação do caso, conforme informou a PGR. Indicando que a pressão do presidente Donald Trump, feita nos últimos dias, não será levada em conta pelas autoridades brasileiras julgadoras da ação penal 2668.

Eduardo Bolsonaro demonstra apoio a Trump em meio à tensão comercial

Eduardo Bolsonaro utilizou suas redes sociais, na data de ontem, quarta-feira (09), para agradecer ao presidente estadunidense Donald Trump e apoiar as ações a serem tomadas pelos EUA referentes ao Brasil. O parlamentar, atualmente deputado federal licenciado, afirmou que as medidas de Trump  devem-se ao “afastamento do Brasil dos valores do mundo livre”.

Nota conjunta

Morando nos EUA, Eduardo Bolsonaro, em declaração direta ao presidente norte-americano, publicou: “obrigado, presidente Donald J. Trump. Espero que as autoridades brasileiras agora tratem esses assuntos com a seriedade que merecem.” Posteriormente, enviou à imprensa brasileira uma nota assinada conjuntamente com o jornalista Paulo Figueiredo.

No documento, os interlocutores imputaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao governo Lula o ônus tarifário de 50% a ser aplicado sobre os produtos brasileiros importados ao país norte-americano, com previsão para entrar em vigor a partir de 01 de agosto (2025).

A declaração, intitulada de “Uma hora a conta chega”, alega que o ministro Moraes não age sozinho em suas decisões; aventando que o governo brasileiro tem participação direta nos atos cometidos pelo STF. Chamando a aplicação tarifária contra o Brasil de “tarifa-Moraes”, os declarantes afirmam que as medidas são “uma forma de responsabilizar não apenas indivíduos, mas o sistema que, segundo ele, sustenta abusos de poder”


Nota conjunta publicada na íntegra pelo jornalista Paulo Figueiredo (Foto: reprodução/X/@pfigueiredo08)

Anteriormente, na última segunda-feira (07), o parlamentar publicou que medidas seriam tomadas pelos EUA em relação ao Brasil. Sem informar quais medidas estariam por vir, alertou sobre ações do governo norte-americano contra o que chamou de “perseguição no Brasil”. Um aceno de que o mandatário estadunidense realizaria sanções inerentes ao governo brasileiro e que afetariam a relação comercial entre os dois países.

Situação reage

O líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados Federal, Lindbergh Farias, apoiador do governo Lula, tem tecido críticas contundentes à atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. Em várias declarações, Farias, condena os atos de Eduardo ao que ele chama de “promoção de ataques institucionais”.

Na manhã de hoje, quinta-feira (10), juntamente com outros parlamentares, Lindbergh Farias, por meio de suas redes sociais, chamou os que defendem as ações de Donald Trump contra o Brasil de “vira-latas, capacho dos EUA”. As falas do deputado referem-se à “moção de louvor e regozijo” encabeçada pelo líder do Partido Liberal (PL), Sóstenes Cavalcante, e aprovada pela Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, na data de ontem, quarta-feira (09), em favor das ações de Trump.


Lindbergh Farias em relação aos apoiadores das medidas adotadas por Donald Trump contra o Brasil (Vídeo: reprodução/Instagram/@lindberghfarias)]


Segundo Farias, a partir de agora o Brasil divide-se entre aqueles que defendem os interesses do Brasil e os que defendem os interesses dos EUA. Vale ressaltar que, até o final desta matéria, não houve manifestação por parte da oposição sobre as falas do parlamentar. Porém, devido à polarização deflagrada no país nos últimos anos, com vasta utilização das redes sociais, há de se esperar uma “guerra de narrativas” acirrando cada vez mais a polarização política no país.

Guerra comercial: Brasil adotará reciprocidade contra tarifas de Trump, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite de ontem, quarta-feira (09), declarou que adotará a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica como medida contra a elevação de tarifas impostas pelo presidente estadunidense Donald Trump ao Brasil. A fala do presidente Lula ocorreu após o governo dos EUA informar sobre aplicação tarifária de 50% em relação aos produtos importados brasileiros, prevista para entrar em vigor em 01 de agosto (2025).

Soberania brasileira

Em declarações, o presidente Lula defendeu a soberania do Brasil, alegando que o país não será comandado por governos externos. Ratificou a competência das instituições brasileiras, assegurando que os trâmites legais pertinentes ao processo relacionado aos “atos antidemocráticos”, “não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais”. 

As alegações do presidente brasileiro referem-se ao fato de que Donald Trump atrelou a elevação tarifária aplicada ao Brasil ao processo envolvendo o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, tornado réu pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, em 26 de março de 2025. Ainda, referindo-se ao episódio de 08 de janeiro de 2023, Lula enfatizou que a “ liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas”.


Declaração do presidente Lula às falas de Donald Trump sobre aplicação tarifária (Foto: reprodução/X/@lulaoficial)

Após contestar o presidente estadunidense, Lula declarou que a relação comercial Brasil-EUA beneficiou o país norte-americano em U$ 410 bilhões de dólares, conforme dados apresentados pelo próprio país de Donald Trump. Ao final, o presidente brasileiro voltou a defender a soberania do Brasil e informou que os interesses da população são o referencial para relacionamentos bilaterais. 

Lei de Reciprocidade 

Aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula em abril de 2025, a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica ou Lei da Reciprocidade Comercial entrou em vigor no mesmo mês. Conforme a legislação, o Brasil poderá adotar contramedidas tarifárias a países que imponham barreiras comerciais de modo unilateral, prejudicando o país comercialmente. A Lei foi promulgada como resposta às tarifas impostas pelo presidente estadunidense Donald Trump, também em abril de 2025, denominada como “dia da libertação dos EUA”.


Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso sobre a Lei Brasileira de Reciprocidade Econômica, abril/2025 (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


Antes das declarações realizadas na data de ontem, quarta-feira (09), o presidente brasileiro convocou uma reunião emergencial com Fernando Haddad, ministro da Fazenda; Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores. A medida foi necessária para alinhar os discursos e decidir sobre quais ações serão tomadas frente as decisões do governo estadunidense, maior potência econômica mundial.

Caso Diogo Jota: Guarda Civil espanhola aponta estouro de pneu antes do incêndio

O atacante português do Liverpool, Diogo Jota, morreu na madrugada desta quinta-feira (03), horário local, em uma rodovia na Espanha. Além de Jota, seu irmão, André Silva, jogador do Penafiel português, também faleceu no mesmo acidente. Segundo autoridades espanholas, devido a uma ultrapassagem perigosa, o pneu do carro do jogador estourou, pegando fogo logo em seguida. 

Conforme investigações preliminares, a Guarda Civil da Espanha, informou que o carro onde estavam os atletas trafegava pela rodovia A-52 na província de Zamora, cerca de 250 quilômetros da capital espanhola, Madri. Por volta das 00:30h, horário local, o serviço do Centro de Emergência de Castela e Leão e o corpo de bombeiro foram acionados por testemunhas. Ao chegarem, as vítimas já estavam sem vida dentro do veículo carbonizado. A identificação dos corpos foi feita por meio de exames de DNA. 

Comoção internacional 

A Federação Portuguesa de Futebol, em nota, declarou a grandeza dos atletas. Diogo Jota, que além de jogar pelo tradicional clube inglês, Liverpool, também defendia a seleção portuguesa, sendo classificado como um jogador extraordinário, respeitado por colegas de clube e adversários. Conforme declaração, a morte de Jota e Silva deixa uma lacuna no mundo futebolístico, representando uma “perda irreparável para o futebol português”


Nota de pesar da Federação Portuguesa de Futebol sobre o acidente envolvendo Diogo Jota e André Silva (Foto: reprodução/Instagram/@portugal)


O Liverpool, também, expressou comoção por meio de suas redes sociais, declarando estar “devastado” com a notícia da morte de seu atacante de 28 anos. A nota informa, ainda, que respeitará a privacidade de amigos e familiares neste momento de dor e “perda inimaginável”. Jota atuava no clube desde 2020. Anteriormente, defendeu outros grandes clubes como Porto, Atlético de Madrid e Wolverhampton, também da Inglaterra.

Homenagens

Enquanto o mundo do futebol tenta entender o acidente envolvendo os irmãos Silva, amigos e familiares prestam homenagens em suas redes sociais lamentando a perda precoce dos jogadores. O jogador português Cristiano Ronaldo em declaração, lamentou a morte do colega de profissão, enviando condolências a família, lembrando que Jota casou-se recentemente.


Cristiano Ronaldo em publicação sobre a morte de Diogo Jota (Foto: reprodução/X/@Cristiano)

No último dia 22 de junho (2025), Jota e a noiva Rute Cardoso oficializaram a união de longa data. O casal tinha três filhos com idades entre 4 anos e seis meses. Em sua última publicação nas redes sociais, na data de ontem, quarta-feira (02), o atleta publicou um vídeo sobre o casamento.

Desde a informação da morte dos atletas, o assunto é um dos mais comentados nas redes sociais com homenagens variadas. Tanto a mídia internacional quanto a local seguem noticiando e especulando as causas do acidente ainda sob investigação. Informações sobre o velório e o sepultamento, ainda, não foram divulgadas em decorrência de todos os trâmites legais a serem realizados. Enquanto espera, o mundo do futebol segue em luto, com a perda de dois atletas de forma precoce e inesperada.

Brasil usará Starlink para monitorar atividades ilegais na floresta amazônica

A Starlink, empresa de internet via satélite, do bilionário Elon Musk, firmou acordo com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Polícia Federal (PF) para monitorar atividades ilegais na floresta amazônica relacionadas ao garimpo ilegal. Segundo informações, a partir de janeiro de 2026, os sinais dos equipamentos utilizados pelos garimpeiros contraventores serão rastreados e bloqueados remotamente pela empresa. O compromisso, inicialmente, tem validade de dois anos.

O acordo

O Termo de Compromisso firmado entre a empresa de Elon Musk e as autoridades brasileiras, visa controlar e suspender as atividades ilegais em áreas remotas, protegidas e de conservação indígena. Os equipamentos rastreados e apreendidos pela Starlink serão reaproveitados pela PF no combate aos crimes cometidos na região. 

O acordo, homologado no último dia 27 de junho (2025), pelo 2º Ofício da Amazônia Ocidental do MPF, responsável pelo monitoramento das atividades ilegais nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, também, prevê que a Starlink informe os dados cadastrais dos titulares e a localização dos locais onde se encontram os equipamentos. 

Conforme informou André Porreca, procurador da República, “a Amazônia tem sido devastada por garimpos ilegais cada vez mais sofisticados” e que essa “nova realidade” precisa de ações jurídicas rápidas para combater essas ações na floresta e restaurar a soberania nacional.

Garimpos ilegais

A Polícia Federal tem deflagrado várias operações não só na região amazônica como em outras partes do país. Em várias publicações em suas redes sociais, em parceria com o Ministério Público Federal e com outras entidades voltadas ao combate a crimes ambientais, a PF tem prendido garimpeiros ilegais e denunciado suas ações, além de destruir e apreender os equipamentos utilizados nos crimes.


Ação da Polícia Federal contra o garimpo ilegal no norte do Brasil (Foto: reprodução/X/@policiafederal) 



Conforme estudos realizados pelas Organizações Não Governamentais (ONGs),  Rede Eclesial Pan-Amazônica e Instituto Conviva, o garimpo ilegal não somente destrói o meio ambiente, como também afeta a vida da população local e dos trabalhadores cooptados pelos garimpeiros.


Publicação sobre surto de tuberculose no Pará (Foto: reprodução/Instagram/@mpf_oficial)


Segundo informou, entre janeiro de 2022 a dezembro de 2024, várias doenças, como bronquite, pneumonia, malária e tuberculose, aumentaram entre a população onde o garimpo ilegal ocorre. Para os pesquisadores, além de doenças, o tráfico de drogas, de armas e de pessoas tem atingido números consideráveis nas regiões. Dessa forma, o acordo firmado com a Starlink será mais um instrumento no combate aos crimes praticados contra o meio ambiente e contra os nativos da Amazônia.