Entenda os motivos que levaram o governo Trump a querer investigar o Pix

O presidente estadunidense Donald Trump solicitou abertura de investigação comercial contra o Brasil, na última terça-feira (15). Alegando práticas desleais, encarregou Jamieson Greer, Representante do Comércio dos EUA, de fiscalizar, entre outras coisas, o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, Pix. Trump entende que este sistema prejudica empresas norte-americanas voltadas ao setor financeiro.  Ainda que o […]

17 jul, 2025
Foto destaque: Logo do Pix, sistema de pagamento eletrônico brasileiro (Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Foto destaque: Logo do Pix, sistema de pagamento eletrônico brasileiro (Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
EUA abrem investigação contra o Brasil e citam PIX em disputa comercial

O presidente estadunidense Donald Trump solicitou abertura de investigação comercial contra o Brasil, na última terça-feira (15). Alegando práticas desleais, encarregou Jamieson Greer, Representante do Comércio dos EUA, de fiscalizar, entre outras coisas, o sistema de pagamento eletrônico brasileiro, Pix. Trump entende que este sistema prejudica empresas norte-americanas voltadas ao setor financeiro. 

Ainda que o comunicado não faça menção direta ao Pix, especialistas creditam a fala de Trump a este sistema aderido em massa, segundo dados do Banco Central, pela população brasileira. Conforme estudiosos do assunto e economistas, o sistema passou a vigorar como uma alternativa aos pagamentos realizados com cartões de crédito. Dessa forma, empresas voltadas a este setor, em sua maioria norte-americanas, deixaram de ser acessadas em detrimento desse novo formato de pagamento.

Teor da ação

Encarregado da investigação, Jamieson Greer, declarou à imprensa que “por ordem do presidente Trump” dará início a uma investigação fundamentada pela Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA. A ação, em suas palavras, visa os “ataques do Brasil às empresas americanas de redes sociais, bem como outras práticas comerciais injustas que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos americanos”.

Para Greer, “o Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, a promoção de seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”. Fazendo menção indireta ao Pix. 


Publicação sobre a investigação a ser feita pelo governo Trump referente ao Brasil (Foto: reprodução/X/@USTradeRep)

As falas do Secretário do Comércio dos EUA alinham-se aos discursos do presidente Donald Trump, que intensificou críticas ao Brasil e às decisões tomadas pelo governo brasileiro, alegando que os EUA, ao longo dos anos, têm sido prejudicados em sua relação comercial com o país. 

Além do Pix, o documento menciona o comércio popular brasileiro, principalmente ocorrido na rua “25 de março”, localizada no centro da capital paulista, e conhecida por vender produtos a preços acessíveis, atraindo compradores de todo o país. Segundo o governo estadunidense, o Brasil é falho em sua fiscalização por não tomar medidas eficientes para impedir que produtos “pirateados” sejam vendidos nesses centros, prejudicando os “direitos de propriedade intelectual” dos verdadeiros fabricantes. 

O documento trata, ainda, das relações comerciais entre o Brasil e demais países, as quais Trump classifica como injustas em relação às práticas comerciais entre EUA-Brasil. Outro ponto considerado é sobre áreas desmatadas por agricultores brasileiros de forma ilegal e que, conforme Donald Trump, prejudicam agricultores estadunidenses, uma vez que não seguem as devidas normas agrícolas para o plantio.

Resposta do governo brasileiro

 Ao saber do teor da investigação e que um dos pontos a ser questionados por Donald Trump é o sistema de pagamento eletrônico Pix, o governo brasileiro repudiou as falas do mandatário norte-americano alegando que  o sistema “seguro, sigiloso e sem taxas” e o “mais utilizado pelos brasileiros” faz parte da soberania do Brasil.


Publicação do governo brasileiro sobre o Pix em investigação dos EUA (Foto: reprodução/Instagram/@govbr)



Demais autoridades brasileiras, também, saíram em defesa da soberania nacional alegando que Donald Trump não pode interferir em assuntos comerciais e econômicos do país. Ao alegar que empresas norte-americanas têm sido prejudicadas pela forma como os brasileiros pagam suas contas, abrindo espaço para retaliação comercial, o presidente estadunidense realiza ações inaceitáveis a boa prática e a relação bilateral que possui com o Brasil, de acordo com membros do governo Lula.

 

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